Construtivismo integrativo: estudos sobre instinto, afeto e cognição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Alegre, Paulo Augusto Colaço Monte
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-07122009-140203/
Resumo: O Construtivismo Integrativo apresentado neste trabalho busca contribuir para a criação de modelos teóricos mais abrangentes dos processos psicodinâmicos endógenos, interindividuais e sociais. Nossa base principal é a teoria de Jean Piaget (1896-1980), a partir de dois de seus enfoques principais: 1. A compreensão sistêmica integrativa da vida biológica e do psiquismo e 2. A perspectiva integradora e cooperativa na Epistemologia da Ciência. Procuramos aprofundar alguns temas que Piaget iniciou com brilhantismo, mas não teve tempo de continuar a desenvolvê-los,(já que a Filosofia da Ciência ocupou a maior parte de sua vida): a moralidade, a afetividade e a instintividade. Priorizamos noções e conceitos presentes em: Biologia e Conhecimento(1967), A Formação do Símbolo na Criança(1945) e O Juízo Moral na Criança(1932), dentre outras importantes obras que estudamos. Outros estudos nos deram base para construções teóricas: temas de Etologia, Neuropsicologia e Psicanálise. Enfocamos a interação indissociável entre funções e sistemas de esquemas cognitivos, afetivo-emocionais e instintivos que constituem as esquemáticas integrais e a psicogênese multifatorial. Analisamos processos que denominamos harmonizadores e desarmonizadores nas regulações psíquicas. Harmonias e desarmonias compõem-se de uma diversificada gama de interações de subestruturas: das transindividuais instintivas (funções de nutrição, reprodução, proteção, vínculo, etc) aos esquemas sofisticados da inteligência e moral operatórias. Partindo de concepções de Piaget sobre esquemas cognitivos (sensório-motores, simbólicos, formais, etc); esquemáticas afetivas e instintivas (de inibição, apetência, acasalamento, paternidade, proteção, raiva, ciúmes, etc); formulamos teorizações derivadas ou análogas. Adaptações e desadaptações psíquicas formam-se pela gênese de esquemas harmônicos e desarmônicos, com variações de intensidade, mobilidade, duração, freqüência e competência; por assimilações registradoras e recuperadoras; sistemas de impulsionamento e refreamento; equiinstintualizações, superinstintualizações e subinstintualizações. Algumas psicopatologias são compreendidas como assimilações deformantes severas de esquemas afetivos. Deste modo, os processos psicoterapêuticos devem envolver harmonizações de esquemas desarmônicos, fortalecimentos de esquemas harmônicos, em processos afetivo-cognitivos ou integrais. Concepções piagetianas sobre os esquemas cognitivos, morais e afetivos também embasaram nossa compreensão dos esquemas transmissivos, receptivos, coletivos, éticos e políticos, envolvendo influências que promovem harmonizações ou desarmonizações individuais e sociais na (sexualidade, empatia, generosidade, etc). Nossa perspectiva integrativa de teorias psicobiológicas mostrou-se fértil para a evolução da Psicologia. Deste modo, uma compreensão mais global do Homem fortalece as perspectivas de uma Ciência voltada para o Bem coletivo.