Os superoutros: Corpos em movimento no cinema superoitista dos anos 1970 no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Roizman, Geraldo Blay
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-14082019-141403/
Resumo: O trabalho tem como objetivo central a análise de filmes feitos em Super-8 durante a década de 1970, pensando as suas inserções e vínculos com a grande vaga libertária da contracultura, o Tropicalismo, a poesia, o teatro, o happening e o desbunde, no quadro da ditadura civil-militar no Brasil: Terror da Vermelha (1972), de Torquato Neto; Céu sobre Água (1978), de José Agrippino de Paula e Maria Esther Stockler; O Rei do Cagaço (1977) e Exposed (1978), de Edgard Navarro. Priorizou-se o agenciamento do corpo na relação da câmera superoitista com o entorno imediato, em vista da compreensão de como foram tecidas as poéticas desses filmes. Procurou-se mostrar o modo particular e radical com que os realizadores tomaram esse \"brinquedo\" num âmbito de não separação entre vida e obra, que impregnava suas trajetórias tanto estéticas como existenciais. A contracultura deixou marcas indeléveis na subjetividade e no comportamento daqueles que souberam experimentar novas formas de vida. Micropoliticamente, ela inoculou a ideia de um corpo coletivo na sexualidade, na sociabilidade, influenciando as artes, a literatura, a poesia e o cinema, e teve na possibilidade da portabilidade da câmera superoitista um dos grandes exemplos de que o corpo era o centro dessa profunda transformação que se processava no sentido de uma recusa dos padrões socioculturais pré-estabelecidos. Se o AI-5 bloqueou o desejo brasileiro de transformação social e macropolítica, podia-se agora, em contrapartida, dar vazão ao corpo e à loucura antes que o lobo chegasse.