Caminhada prescrita de forma individualizada e realizada sem supervisão em uma situação real (Projeto Exercício e Coração): efeito sobre o risco cardiovascular e influência do nível de atividade e de aptidão física

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Modesto, Bruno Temoteo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39135/tde-08062017-135727/
Resumo: A prática regular de exercícios físicos supervisionados tem sido recomendada devido a seus benefícios na saúde. Porém, a supervisão limita o número de praticantes. Uma alternativa para a promoção da saúde pública é o treinamento de caminhada prescrita de forma individualizada e realizada sem supervisão, mas seus efeitos foram pouco estudados em uma situação real. Além disso, a possível influência do nível inicial de atividade física (AF) e de aptidão física (ApF) sobre os efeitos desse treinamento não é conhecida. Assim, este estudo investigou na situação real do Projeto Exercício e Coração: 1) a relação do nível de AF e de ApF com o risco cardiovascular avaliado de forma isolada e global; 2) o efeito do treinamento de caminhada prescrita de forma individualizada e executada sem supervisão sobre esse risco cardiovascular; e 3) a influência do nível inicial de AF e de ApF nas respostas ao treinamento. O risco cardiovascular isolado foi avaliado pela medida do índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), glicemia, colesterol total e pressão arterial (PA) sistólica e diastólica, enquanto que o risco global foi calculado pelo escore Z (EZ, somatório do escore z de todos os fatores isolados). O nível de AF foi avaliado pelos minutos semanais de AF de lazer e a ApF pelo resultado do teste de marcha estacionária dividido em quartis (Q1 = pior ApF e Q4 = melhor ApF). O IMC e a CC foram menores no grupo muito ativo (MA, +300 min/sem AF) do que no inativo (I, sem nenhuma AF de lazer), enquanto que o EZ foi menor no grupo MA que no I e no ativo (A, 150 a 299 min/sem de AF). Além disso, o IMC e a glicemia foram menores no Q4 que no Q1, a CC foi menor no Q2, Q3 e Q4 que no Q1, e o EZ foi menor no Q3 e Q4 que no Q1 e no Q4 que no Q2. O treinamento de caminhada diminuiu significantemente o IMC, CC, PA sistólica e EZ na amostra total. Além disso, ele reduziu significantemente todos os indicadores de risco específicos em subamostras com valores alterados, com exceção da glicemia. Para finalizar, o efeito do treinamento de caminhada no risco cardiovascular isolado e global foi semelhante nos indivíduos MA e I e nos indivíduos do Q1 e Q4 de ApF. Assim, é possível concluir que: 1) em participantes de uma situação real de promoção de AF para a saúde há associação inversa entre os níveis de AF e de ApF com marcadores de obesidade, glicemia (só ApF) e com o risco cardiovascular global; 2) o treinamento de caminhada prescrita de forma individual e executada sem supervisão em uma situação real reduz alguns fatores de risco isolados, principalmente quando eles estão alterados, e diminui o risco cardiovascular global; e 3) nem o nível inicial de AF nem o de ApF afetam os efeitos de um treinamento de caminhada prescrito de forma individualizada e executado sem supervisão em uma situação real sobre o risco cardiovascular