Educação do campo e agroecologia: emancipação e resistência camponesa a partir da formação popular - caso da escola latino americana de agroecologia - ELAA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Alessandra Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-04042019-173427/
Resumo: Este trabalho analisa uma experiência em Educação do Campo e Agroecologia, partindo da compreensão de que, para se contrapor à hegemonia do capital sobre a produção e as relações sociais no campo, o campesinato precisa produzir um conhecimento contra-hegemônico e uma produção que atinja as suas reais necessidades: educação popular e produção limpa. O objeto de nossa análise foi curso superior de Tecnólogo em Agroecologia desenvolvido na Escola Latino Americana de Agroecologia ELAA, situada no Assentamento Contestado em Lapa/PR. Esse curso foi viabilizado a partir da luta e pressão política dos movimentos sociais vinculados à Via Campesina, que impulsionaram os governos venezuelano e brasileiro a estabelecer um acordo de cooperação no ano de 2005 e é realizado com base em recursos disponibilizados pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária PRONERA. Buscamos compreender se a ELAA, que se propõe a ser um projeto para emancipação social e resistência camponesa a partir da Educação do Campo, alcança tal objetivo. Nossa abordagem traz a contextualização desse território e as relações sociais ali estabelecidas a auto-organização do assentamento e da ELAA, a hierarquização presente nestes espaços e a formação recebida. Nos remetemos à educação popular, à pedagogia da alternância, bem como às reflexões e práticas desenvolvidas ao longo da recente história da Educação do Campo. A formação em Agroecologia oferecida pela ELAA foi analisada com base em bibliografia especializada, documentos da escola e dos movimentos sociais, entrevistas dos(as) colaboradores(as), educadores(as), educandos(as), etc. Neste processo vislumbramos que a Agroecologia por si só já é uma forma de resistência camponesa e que a formação na ELAA é uma construção social cotidiana que se torna uma experiência com potencial emancipador para os camponeses a partir da aceitação da necessidade de sua constante reflexão e reestruturação por parte dos sujeitos envolvidos.