Neologismos na terminologia da cultura da soja: análise morfolexical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Carvalho, Márcia Regina Pavoni de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-29072015-142746/
Resumo: Este estudo privilegiou a neologia relacionada aos termos encontrados em discursos especializados sobre a cultura da soja no Brasil, tomando-se, como objetivo geral, a descrição, organização e sistematização dos termos neológicos desta área de especialidade, considerados em uma sincronia estabelecida entre os anos de 2004 e 2011, com base em corpus documental. Foram observadas teorias linguísticas capazes de dar conta dos fenômenos que permeiam a análise, sobretudo relativas à morfologia e à semântica, às quais se somaram os estudos da Terminologia e da Neologia, indispensáveis à compreensão, uma do campo de conhecimento terminológico e outra, principalmente acerca dos processos de formação de neologismos na língua. A Teoria Comunicativa da Terminologia é a perspectiva teórica que norteou este trabalho, considerando o intuito de descrever o funcionamento in vivo dos termos neológicos. Os estudos teóricos se pautaram em diversos autores, consoante suas disciplinas de estudo: 1) Terminologia: Wüster (1996, 1998), Cabré (1993, 1999, 2006), Sager (1990), Fedor de Diego (1995), Alves (1998, 1999), Aubert (2001), Krieger (2000, 2001), Biderman (2001), Barros (2004), Remenche (2010); 2) Neologia: Guilbert (1972, 1975), Boulanger (1990), Alves (1994, 1999, 2000, 2010a, 2010b), Cabré (1993), Barbosa (1981, 1998); análise linguística: Kocourek (1982), Sandmann (1989), Alves (1994), Biderman (1999), Neves (2000), Sardinha (2007), Lakoff e Johnson (2002), Ullmann (1964), dicionários Houaiss eletrônico (2009) e Aulete on-line. Para a compreensão do domínio de especialidade da cultura da soja, foram consultados diversos autores: Borém (1999), Degrande e Vivan (2005), Nemoto (2005), Franchin (2011), Garcia et al. (2007), Gazziero et al. (2006), Gonçalves et al. (2007), Polizel (2007) Lima (2008), Gazziero, Voll e Adegas (2011), Hirakuri (2012), Martha Jr. e Contini (2012), dentre outros. Confirmaram-se as hipóteses estabelecidas para a consecução deste estudo: os constantes investimentos em tecnologias para a produção da soja pressupõem que sejam criados neologismos para nomear as inovações; as terminologias dos diferentes domínios e, consequentemente, os seus neologismos, possuem padrões morfolexicais peculiares; se toda área do saber apresenta singularidades próprias, então a da cultura da soja apresenta as suas. Foram adotados procedimentos metodológicos como a utilização do programa WordSmith Tools, para o processamento de cinquenta e sete textos, publicados pela Embrapa Soja, dos quais se extraiu o conjunto dos termos, que foram lançados em fichas. A partir deste conjunto, com base em corpora de exclusão, foi obtido o corpus de análise, constituído por cento e dois termos neológicos. O trabalho de levantamento dos termos revelou que os textos do corpus documental contemplam termos que podem ser alusivos a outras culturas do setor agrícola e a outras áreas do saber. Os termos neológicos levantados, todos constituídos por composição sintagmática, foram organizados em categorias temáticas, observando-se que são diversificados os mecanismos possíveis de formação dos termos, que podem conter, a partir de uma base substantival, elementos como símbolos, siglas, números, zoônimos, antropônimos, topônimos, nome de produto agropecuário, adjetivos qualificadores ou classificadores, substantivos em função adjetiva, locuções adjetivas (sintagmas preposicionais), e serem marcados por metáforas. Isto implica observar as inúmeras possibilidades de ampliação do sistema lexical, em especial das terminologias.