Caracterização do perfil coagulotóxico dos venenos de Bothrops erythromelas e Bothrops leucurus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Eduardo Oliveira Venancio de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/87/87131/tde-26102023-121233/
Resumo: No Brasil, as serpentes do gênero Bothrops são as responsáveis por causar a maior parte dos envenenamentos, e seus sintomas são principalmente a ação hemorrágica, inflamação aguda e distúrbios na coagulação. Apesar de historicamente o potencial coagulante dos venenos de serpentes ter sido analisado apenas pelo tempo de formação do coágulo, sabe-se que eles podem atuar em diversos pontos da cascata de coagulação. Tendo em vista esses aspectos, o objetivo deste trabalho foi caracterizar o perfil coagulotóxico dos venenos de Bothrops erythromelas e Bothrops leucurus e o potencial neutralizante do soro antibotrópico. Para isso, foram realizados testes de análise do perfil proteico, imunorreconhecimento, análise das atividades enzimáticas, ação do veneno sobre fatores específicos da cascata de coagulação, tromboelastometria e inibição das atividades pelo soro antibotrópico. A análise do perfil proteico apresentou padrão característico para cada espécie, evidenciando que as B. erythromelas têm maior concentração de metaloproteases em seus venenos enquanto as B. leucurus têm fosfolipases A2 em abundância. As amostras de veneno de B. erythromelas foram melhor reconhecidas pelo soro antibotrópico quando comparadas com as amostras de B. leucurus. Não houve diferenças entre as amostras de B. erythromelas e B. leucurus em relação as atividades enzimáticas testadas, porém o soro antibotrópico apresentou melhor inibição da atividade proteolítica das amostras de B. erythromelas. As amostras de B. leucurus tiveram maior atividade trombina-símile, e foram melhor neutralizadas pelo soro antibotrópico na ativação de Fator X. O veneno de B. erythromelas mostrou tendência de ser mais pró-coagulante sobre o plasma do que os venenos de B. leucurus, e o pool de veneno de ambas as espécies se mostrou mais pró-coagulante do que a média dos indivíduos. Por fim, o soro antibotrópico inibiu melhor o potencial coagulante das amostras de B. leucurus do que das amostras de B. erythromelas. Conclui-se que apesar dos venenos utilizados neste trabalho se mostrarem pró-coagulantes, possuem diferenças com relação à sua capacidade coagulante sobre a cascata de coagulação plasmática.