Contribuição à geologia da região de São José dos Quatro Marcos - MT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1986
Autor(a) principal: Carneiro, Maurício Antônio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-21092015-151408/
Resumo: O mapeamento geológico (escala 1:100.000) realizado na região de São José dos Quatro Marcos, sudoeste de Mato Grosso, revelou marcada variedade litológica. Predominam, como rochas consideradas do embasamento, gnaisses cinzentos e tonalíticos, com lentes e bandas interestratificadas de anfibolitos (\"primeira geração\") e escassas ocorrências de granulitos. Gnaisses róseos oftalmíticos, de composição granítica, são considerados granitóides porfiríticos deformados, enquanto que alguns afloramentos de rochas calco-silicáticas bandadas são representantes de sequências supracrustais deformadas e metamorfisadas. Estas rochas são invadidas por várias fácies de granitóides róseos e cinzas, tanto maciços como orientados. Petrograficamente, são tonalitos, granodioritos e granitos 3a e 3b, que aparecem no campo como blocos isolados e geralmente alternantes (i.e. maciços \"não circunscritos\"), colocados numa sequência que se inicia com tonalitos precoces e finaliza como granitos tardios. Estes granitóides mostram enclaves de gnaisses cinzentos e de anfibolitos (\"segunda geração\"). Um corpo anfibolítico de dimensões maiores, aflorando a W da área mapeada, é considerado também de \"segunda geração\". Para leste, aparecem alguns afloramentos isolados de riólitos porfiríticos, com matriz esferulítica. Todas as unidades mencionadas são descritas petrograficamente, apresentando-se adicionalmente várias dezenas de modas de gnaisses cinzentos, anfibolitos, rochas calco-silicáticas e granitóides. As observações geológicas são lançadas num \"mapa de domínios petrográficos\", que mostra a distribuição, no campo, dos tipos petrográficos dominantes. Determinações radiométricas pelo método Rb/Sr mostram idades isocrônicas de 1971 \'+ OU -\' 70 ma. (quatro amostras de um único afloramento) para gnaisses cinzentos, e 1472 \'+ OU -\' 19 ma. (seis amostras) para granitóides róseos; as razões iniciais são 0,7017 e 0,7037 respectivamente, indicando evolução a partir de materiais primitivos. Idades K/Ar em gnaisses cinzentos e anfibolitos são da ordem de 1500 ma. A área mapeada é parte integrante de uma \"faixa deformada\" de maior extensão, com os gnaisses cinzentos formando o embasamento para rochas supracrustais (calco-silicáticas), com posterior invasão de granitóides \"não circunscritos\", que marca, por volta de 1500 ma., um evento térmico-tectônico relacionado à \"reativação\" Parguazense (ciclo San Ignacio). As correlações com unidades formais definidas em áreas vizinhas, são dificultadas pela falta de mapeamento de maior detalhe. Considera-se prematura a atribuição das rochas do embasamento (gnaisses cinzentos, etc.) ao Complexo Xingu, originalmente definido na Amazônia Central. As rochas calco-silicáticas, remanescentes de sequências supracrustais mais espessas, são possíveis equivalentes de pacotes semelhantes já mapeados em áreas vizinhas, (e.g. Sequência Vulcano Sedimentar Quatro Meninas). As rochas granitóides foram geradas provavelmente por anatexia da crosta primitiva, e pertencem a \"Suíte Intrusiva Guapé\" como redefinida no presente trabalho. Os anfibolitos de corpos maiores \"segunda geração\" são os equivalentes da Suíte Intrusiva Rio Alegre, enquanto que os riólitos são prováveis cronocorrelatos do Grupo Rio Branco.