A graduação em cursos da área da saúde e a formação interprofissional na FMRP: o ponto de vista de estudantes e professores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Alves, Ana Carolina Bonetti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-20082020-113813/
Resumo: A necessidade de ampliar os cenários de ensino para a formação de profissionais da saúde é reconhecida a partir de movimentos internacionais que discutem o conceito de saúde, seus determinantes e a melhor forma de alcançá-la. Assim, a educação interprofissional (EIP) e a prática colaborativa (PC) ganham destaque como temas emergentes do campo da saúde. Os projetos pedagógicos dos cursos (PPC) de graduação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) afirmam que a interdisciplinaridade é estimulada e que há oportunidades e cenários para o exercício da prática colaborativa ao longo da formação na graduação. Este estudo teve como objetivo geral identificar a percepção de estudantes e docentes sobre a perspectiva interdisciplinar e oportunidades de educação interprofissional, no contexto de quatro cursos de graduação ligados ao Departamento de Ciências da Saúde (DCS). Como objetivos específicos buscou identificar a percepção dos estudantes de graduação sobre a presença de atividades teóricas e práticas envolvendo a perspectiva interdisciplinar e a prática colaborativa; identificar a percepção de professores de graduação sobre a presença e efetividade de atividades teóricas e práticas envolvendo a perspectiva interdisciplinar e a educação interprofissional; e identificar como a questão do trabalho em equipe é abordada na formação de profissionais da saúde enquanto prática colaborativa. Trata-se de estudo descritivoexploratório, adotando abordagem predominantemente qualitativa. Participaram 110 estudantes e 16 professores, dos cursos de graduação em Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Metabolismo e Terapia Ocupacional (DCS-FMRP), abordados através de entrevista semiestruturada. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra, analisadas em seu conteúdo para identificação de categorias temáticas e registro da frequência de sua ocorrência. A partir da identificação de dois temas centrais e 16 categorias empíricas, resultados apontam para fragilidades na formação. De acordo com os resultados e a análise realizada, estudantes e professores concordam que o conhecimento e as práticas interdisciplinares e interprofissionais oferecidos na graduação são insuficientes, por vezes falhos e quase sempre não intencionais, impactando de forma negativa a aprendizagem relacionada ao trabalho em equipe, a prática colaborativa e a integralidade do cuidado em saúde. A sobrecarga do trabalho docente, o desconhecimento das profissões e dos papéis profissionais, a hierarquia nas equipes de saúde e o ensino fragmentado são pontos presentes nos discursos dos participantes. Embora a organização curricular favoreça o contato entre estudantes de diferentes cursos, isso acontece de forma justaposta e com pouco ou nenhum diálogo entre interfaces ou singularidades, nas diferentes disciplinas. A partir dos resultados evidencia-se a necessidade de transformação do ensino de forma gradual, tanto nas disciplinas teóricas quanto nas práticas. Os conceitos envolvidos na compreensão do trabalho em equipe e da prática colaborativa são complexos e demandam atitude interdisciplinar. Sendo assim, para que o anunciado nos projetos pedagógicos se torne realidade é necessário que haja posicionamento da instituição de ensino, intencionalidade e capacitação docente. No entanto, estudantes e professores tem plena noção da importância da EIP e parecem existir condições na FMRP para aprimoramento.