Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Bulgarelli, Adriana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-24052010-162400/
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Resumo: |
O Metotrexato (MTX) é um fármaco utilizado como anti-inflamatório no tratamento da artrite reumatóide (AR). O risco de doença cardiovascular em pacientes com AR é menor quando tratados com MTX. Apesar dessa evidência, há poucos relatos da utilização de MTX para o tratamento da aterosclerose. Foi desenvolvida em nosso laboratório uma nanopartícula rica em colesterol (LDE), a qual é reconhecida pelos receptores da lipoproteína de baixa densidade (LDLr) após injeção na corrente sangüínea. A LDE concentra-se em células com hiperexpressão de LDLr, em processos proliferativos como a aterosclerose. Dessa maneira, a LDE pode ser utilizada como veículo para o direcionamento de fármacos contra essas células. A molécula de MTX foi latenciada e a modificação do fármaco aumentou a sua incorporação à LDE. A proposta desse estudo foi avaliar a eficácia de MTX associado à LDE (LDE-MTX) no tratamento da aterosclerose em coelhos além de investigar o efeito desse complexo na expressão de genes inflamatórios que participam do processo aterogênico. Para realização do estudo foram utilizados quatro grupos de 10 coelhos (raça New Zealand) cada, sendo que todos foram submetidos a uma dieta rica em colesterol por 8 semanas. Após as primeiras 4 semanas de dieta, os grupos foram tratados com LDE-MTX (grupo LDE-MTX), MTX comercial (grupo MTX comercial), LDE (grupo controle LDE) ou solução salina (grupo controle Salina), via endovenosa por 4 semanas. O grupo LDE-MTX não apresentou toxicidade ao longo do tratamento de acordo com os parâmetros utilizados, enquanto que o grupo MTX comercial apresentou uma queda acentuada de eritrócitos ao final do tratamento (p<0,001). A análise morfométrica macroscópica mostrou que os grupos LDE-MTX e MTX comercial reduziram as lesões ateroscleróticas quando comparados ao grupo controle Salina (66 e 76%, respectivamente) (p<0,001). Por microscopia, a camada íntima do arco aórtico e torácico foi reduzida nos grupos LDE-MTX (67% e 75%) e MTX comercial (81% e 92%, respectivamente) quando comparados com os mesmos fragmentos do grupo controle Salina (p<0,05). A presença de macrófagos na camada íntima dos grupos LDE-MTX e MTX comercial foi reduzida em 59% e 57% (p<0,001) no arco aórtico e 37% e 38% na região da aorta torácica (p=0,016) em relação ao grupo controle Salina, respectivamente. A porcentagem de MMP-9 no arco aórtico foi reduzida em 48% em ambos os grupos tratados (p=0,0003), enquanto que na aorta torácica LDE-MTX e MTX comercial diminuíram 54% e 66% (p<0,0001) respectivamente, em relação ao grupo controle Salina. Na região da aorta abdominal, a redução de MMP-9 também foi observada nos grupos LDE-MTX (68%) e MTX comercial (70%) (p=0,016). Quando se comparou ao grupo controle LDE, os dois grupos tratados tiveram porcentagens semelhantes de redução em todas as análises morfométricas. Nos estudos de expressão gênica in vivo, 5 genes inflamatórios se mostraram hipoexpressos (TNF-α, MCP-1, IL-1β, IL-18 e MMP-12) e um gene (IL-10) apresentou aumento de expressão no arco aórtico de coelhos tratados com LDE-MTX em relação ao grupo controle. No experimento in vitro, 5 dos 10 genes (TNF-α, VAP-1, IL-1β, CXCL2 e TLR2) avaliados tiveram redução da expressão e 1 (TGF-β1) se mostrou hiperexpresso na linhagem de endotélio humana (HUVEC) tratada com as duas formulações de MTX. Os resultados indicam que tanto a LDE-MTX quanto MTX comercial reduzem acentuadamente as lesões ateroscleróticas em coelhos e parecem minimizar a resposta inflamatória na doença aterosclerótica. Contudo, LDE-MTX apresentou uma tolerabilidade maior ao tratamento, pois não apresentou toxicidade hematológica em comparação com MTX comercial. |