Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Ferrari, Vanessa Ramos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-28062017-112753/
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Resumo: |
Com a proposta de analisar as principais características de narradores contemporâneos, esta dissertação parte de um corpus de seis originais recusados para publicação pela Companhia das Letras em 2014. O processo analítico se dá por meio das escolhas sintáticas, da voz narrativa, dos jargões e muletas narrativas (palavras, expressões, metáforas desgastadas), da originalidade, ritmo, verossimilhança, metáforas, diálogos e precisão. As características foram coletadas e classificadas entre 2009 e 2015, a partir da leitura de originais submetidos para publicação pela editora. Ao longo do processo de leitura e avaliação, cinco tipos narrativos apareceram com mais frequência, que deu origem a uma tipologia de narradores sistematizados em suas peculiaridades. Esses narradores, nomeados como Saudosista, Comedido, Poético, Esnobe e Autobiográfico são examinados do ponto de vista do editor, da estilística, da complexidade do romance, da crítica textual e da análise do discurso de Bakhtin. Com a leitura crítica de ensaios de Erich Auerbach, Bakhtin, Tchekhov, H. S. Becker, Steven Pinker, Francine Prose, Stephen King David Lodge, Schopenhauer e José Luiz Fiorin, esse trabalho tenta responder por que tantos autores estreantes se amparam em recursos narrativos de pouca força expressiva e em falsas premissas sobre o que seria a \"boa literatura\". Os resultados apontam para narradores que desconhecem a diferença entre estar apto para se comunicar em uma língua ou usá-Ia como instrumento estilístico. Somado a isso, há a complexidade do romance, um gênero que contempla inúmeras possibilidades e por isso dificulta as decisões assertivas; os resultados mostram ainda que os narradores se amparam na crítica literária antiga e em sua definição sobre o que vem a ser a boa literatura - dogmática, absoluta, inacessível e produzida por um grupo restrito de autores; por último, apoiando-se na teoria de Bakhtin, que defende que todo discurso é político, e por isso moldado pelas relações de poder, os narradores usam a narrativa obscura e palavrosa para camuflar inseguranças ou se proteger de possíveis críticas. |