Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1993 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Giancarlo Conde Xavier |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20191218-104814/
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Resumo: |
Em viagem realizada em 1988 à Amazónia, foram coletadas sementes de várias populações de 3 das 4 espécies selvagens de Oryza do Brasil, O. glumaepatula, que é diplóide, O. alta e O. grandiglumis, que são tetraplóides. Destas populações, 9 de O. glumaepatula, 5 de O. alta e 5 de O. grandiglumis foram avaliadas quanto à morfologia e fenologia num experimento instalado em vasos num terreno onde a variação de condições ambientais supõe-se fosse razoavelmente pequena. Amostras representativas de cada espécie foram avaliadas em ensaios de germinação onde se investigaram os efeitos de imersão, da temperatura, da espécie e das interações entre estes fatores. Havia dois tratamentos de imersão: um com imersão em aproximadamente 2 cm de água e outro sem imersão; 5 temperaturas: 22°, 27°, 32°, 37° e 42°C; e as três espécies: O. glumaepatula, O. alta e O. grandiglumis. Constatou-se que a imersão em água, que provoca anoxia, retardou a germinação, o que concorda com o comportamento de O. sativa em experimentos de outros autores. Oryza está muito bem adaptada à imersão, mas, aparentemente, a germinação ocorre na época em que as águas baixam e grandes extensões de terra ficam emersas. A tolerância à imersão é maior em O. glumaepatula que nas outras, o que coaduna-se com a observação feita in loco e experimentalmente de que aquela espécie é mais dependente de águas perenes do que O. alta e O. grandiglumis. As temperaturas de máxima germinação foram as de 22°C para O. glumaepatula, 27°C para O. grandiglumis e 32°C para O. alta. O aumento na temperatura causou um aumento da sensibilidade à imersão. A 42°C, a germinação quase cessou em todas as espécies, como acontece com O. sativa. Ao que parece, 11 meses após a coleta ainda havia dormência de sementes. Temperaturas constantes têm capacidade de quebrar a dormência de arroz, apesar de as alternadas serem mais eficazes. Neste trabalho, as melhores temperaturas constantes para quebra de dormência foram: O. glumaepatula: 22° a 32°C; O. alta: 22 a 37°C; O. grandiglumis: 22° a 27°C. Os 37 caracteres morfofenológicos medidos foram submetidos a análise estatística univariada e multivariada. Foram revelados polimorfismos para alguns caracteres qualitativos e uma considerável quantidade de variabilidade fenotípica intra- e interpopulacional para vários caracteres. O padrão clinal da variabilidade intraespecífica em O. glumaepatula manifestou-se em diversos graus dependendo do caráter, mas tornou-se patente com a associação das duas primeiras variáveis canônicas. As causas desse modo de variação podem ser a adaptação a gradientes ambientais e/ou o fluxo gênico entre populações próximas, possível graças ao grau intermediário da taxa de cruzamento e à migração de indivíduos levados pela correnteza. A análise multivariada discriminou muito bem as três espécies, mas houve uma forma intermediária entre O. alta e O. grandiglumis quando se considerou o comprimento de lemas estéreis, caráter normalmente usado em chaves dicotômicas. Essa forma sugere a ocorrência de hibridação interespecífica em áreas de simpatria, que parecem ser raras. A distribuição do florescimento em O. glumaepatula é bimodal, com picos em maio-junho e em outubro-novembro. Em O. alta e em O. grandiglumis, ela é unimodal com pico em maio-junho. O mais provável é que as plantas sejam sensíveis ao fotoperíodo. Os períodos de florescimento das populações de todas as espécies se interseccionam de modo a anular a probabilidade de isolamento reprodutivo temporal. O isolamento entre diplóides e tetraplóides é citológico e entre populações de O. glumaepatula é provavelmente geográfico, mas parcial. |