Capacidade intrínseca e resiliência física de pessoas idosas que vivem no domicílio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fernandes, Daiane de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-19072024-075725/
Resumo: Introdução: Os constructos da resiliência física e capacidade intrínseca são emergentes na literatura científica mundial. A resiliência física está relacionada à resposta frente a um estressor de saúde, enquanto a capacidade intrínseca como um composto de habilidades físicas e mentais. Objetivo: Analisar a influência da capacidade intrínseca e do estressor de saúde de maior impacto sobre resiliência física das pessoas idosas. Método: Estudo observacional, seccional, analítico, realizado em uma Unidade Básica Distrital de um município no estado de São Paulo. Os critérios de inclusão foram: idade de 60 anos ou mais, em acompanhamento ambulatorial no local do estudo, viver em domicílio e apresentar no mínimo um dos estressores: quedas nos últimos 12 meses, polifarmácia e multimorbidade. Critério de exclusão: ser incapaz de deambular de forma independente. A variável desfecho foi a resiliência física e as independentes: sexo, idade, escolaridade, renda mensal, estado civil, mora sozinho, participação em atividades sociais, apoio social, acesso aos serviços de saúde, estressores de saúde, capacidade intrínseca, nível de atividade física e força de preensão palmar. Sobre a análise dos dados foram realizadas: Análise Fatorial Confirmatória, medidas de proporção, tendência central, dispersão, amplitude, teste t Student, correlação de Pearson, regressão linear múltipla e análise de mediação. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: A análise fatorial mostrou que o modelo da Short Physical Performance Balance se ajustou aos dados. Participaram 168 participantes, maioria mulheres, média da idade 77, 92 anos, baixa escolaridade e renda, viúvos, não moravam sozinhos, baixa participação social, com apoio social, metade relatou difícil acesso aos serviços de saúde, baixo nível de atividade física e média de 18,65 KgF de força de pressão palmar. Os estressores de maior impacto foram quedas (&beta;= -0,21; p<0,001) e polifarmácia (&beta;= -0,18; p=0,01). Os domínios da capacidade intrínseca mais afetados foram a locomoção (&beta;= -0,46; p<0,001), vitalidade (&beta;= -0,13; p=0,05) e audição (&beta;= -0,15; p=0,02). Na regressão final, as variáveis preditoras para resiliência física foram: domínio locomoção (&beta;= -0,28; p<0,001), idade (&beta;= -0,27; p<0,001), nível de atividade física semanal (&beta;= 0,21; p<0,001), força de preensão palmar (&beta;= 0,16; p=0,02) e a vitalidade (&beta;= -0,13; p=0,03). A análise de mediação mostrou que a idade e nível de atividade física apresentam efeito direto sobre a resiliência física, sendo observado um efeito de mediação pela capacidade intrínseca e força de preensão palmar. Conclusão: A resiliência física é influenciada pelos domínios da capacidade intrínseca locomoção e vitalidade, sendo as quedas e a polifarmácia os estressores de saúde de maior impacto. Sugere-se a necessidade de acompanhamento destas variáveis na rotina clínica para implementações resolutivas no cuidado a pessoa idosa.