Envolvimento da proteína M2-2 do Vírus Sincicial Respiratório Humano com as maquinarias de tradução e splicing celulares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Scudero, Orlando Bonito
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
RSV
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42132/tde-16062023-103202/
Resumo: O vírus sincicial respiratório humano (hRSV) é um vírus envelopado de RNA fita simples com polaridade negativa não segmentada, integrante da família Pneumoviridae, ordem Mononegavirales. Durante a infecção, as proteínas virais N, P e L formam corpúsculos de inclusão citoplasmáticos onde ocorrem os eventos de transcrição e replicação do RNA viral. Nestes eventos, as proteínas M2-1 e M2-2 atuam como cofatores da polimerase viral L, sendo responsáveis por regular suas atividades de transcriptase e replicase. Além de suas funções relacionadas ao ciclo replicativo, o envolvimento de N, P, L e M2-1 com proteínas celulares já foi explorado, fornecendo informações sobre as estratégias utilizadas pelo vírus durante a infecção, bem como possíveis alvos inibitórios. Contudo, até o presente momento não foram desenvolvidos estudos semelhantes investigando o papel regulatório de M2-2. Neste trabalho, foi investigada a relação de M2-2 com a maquinaria celular e quais funções a proteína desempenha na célula. Na busca de proteínas parceiras em ensaios de coimunoprecipitação seguida de análise por espectrometria de massas, foram identificados interagentes envolvidos com a tradução e enovelamento de proteínas, além de componentes do spliceossomo. Em acordo com esses resultados, foi verificado que a expressão de M2-2 inibe a iniciação da tradução celular, o que resulta na modulação negativa da fosforilação de eiF2&#945 e inibição de grânulos de stress. Também foi identificado que a proteína colocaliza com produtos defectivos de ribossomo no citoplasma, sendo alvo de degradação via proteassomo em células humanas. Corroborando os dados de proteômica, verificou-se que a expressão da proteína também promove mudanças na morfologia de speckles nucleares, sítios onde ocorre a maturação dos transcritos celulares. Por fim, a observação de bandas duplicadas para a proteína levou a identificação da formação de homodímeros pela mesma, o que é dependente das duas cisteínas presentes na sua porção amino-terminal. Em conjunto, esses dados descrevem funções até então desconhecidas para a proteína M2-2, o que pode contribuir para a melhor compreensão de como a proteína auxilia o vírus a subverter a maquinaria celular em prol de sua replicação.