O cotidiano escolar pelo avesso: sobre laços, amarras e nós no processo de inclusão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Emílio, Solange Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-08032006-104424/
Resumo: O presente trabalho pretende mostrar o "avesso" do cotidiano escolar e lançar reflexões sobre as amarras, os laços e nós necessários e/ou inevitáveis para o processo de inclusão de indivíduos significativamente diferentes. Ele surgiu a partir de algumas inquietações vivenciadas por sua autora ao perceber que existe a inclusão defendida pelos teóricos e almejada, mas há também aquela que tem acontecido nas escolas que se denominam inclusivas. Entre ambas, pode-se encontrar uma grande distância. Nos textos sobre o assunto, muitos silêncios, principalmente sobre o que não dá certo e o que necessita ser repensado. Assim, muitas perguntas continuam a se fazer necessárias e com o intuito de responder a algumas delas, a autora ingressou como psicóloga e pesquisadora no contexto de uma escola regular de ensino infantil, fundamental e médio, que estava empenhada em realizar a inclusão responsável e criteriosa de alunos com necessidades educacionais especiais. Participou do contexto por mais de três anos, tendo como principais objetivos verificar as implicações grupais e institucionais da inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais e as aproximações e afastamentos entre a inclusão desejável e a possível, além das contribuições do profissional de psicologia para este processo. Apoiada pela abordagem qualitativa, que considera a relação dinâmica entre o mundo objetivo e a subjetividade do pesquisador, retomou os registros e recordações dos acontecimentos presenciados durante sua participação no contexto e elaborou vinhetas do cotidiano escolar, que condensaram situações ocorridas com pessoas e em momentos diferentes. Então, a partir da releitura das vinhetas, levantou os temas que mais se destacaram, tais como: o pertencimento, a abordagem às diferenças, os ruídos familiares, os encaminhamentos e diagnósticos e as questões institucionais. Finalmente, buscou ampliar as discussões, lançando reflexões acerca dos vínculos presentes no processo de inclusão e, com isso, abordando o que está para além da questão legal, "de direito". Procurou, também, abarcar o que há de incorreções, o que é feio, o que é oposto, o que se encontra silenciado nos textos, o que muitas vezes não é admitido, o que está sempre inacabado, mas que parece ser fundamental para pensar e viabilizar uma inclusão "de fato", pois esta não se encontra pronta ou se encerra em si mesma, mas faz parte de um processo vivo e em transformação.