As mensagens sobre drogas do rap: como sobreviver na periferia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Silva, Vinicius Gonçalves Bento da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Rap
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7137/tde-16012007-160117/
Resumo: Este trabalho toma por objeto as mensagens sobre drogas nas letras de rap. Compreende que esse gênero musical é parte de um movimento cultural maior – o hip hop – que difunde uma visão social de mundo principalmente nas periferias das grandes cidades do país. Teve como objetivo analisar as mensagens sobre drogas das letras de rap de grupos com representatividade e influência entre os jovens da periferia de São Paulo. Por meio da metodologia de Análise de Discurso estudou-se onze letras de nove grupos de rap. O tema marcante nas letras é a vida na periferia que é retratada pelo tráfico e consumo de drogas, pela violência e discriminação enfrentados pelos jovens. O problema do consumo de drogas é compreendido por alguns grupos no âmbito estrutural - como conseqüência do modo de produção capitalista - e por outros no âmbito particular - pelas características individuais, pela influência da família e dos amigos. As propostas do rap para o enfrentamento e para a superação desses problemas estão voltadas ao fortalecimento e responsabilização do sujeito, que através de um esforço pessoal, não se envolveria com o tráfico e com o consumo de drogas consideradas perigosas e potencialmente destrutivas como o crack e a cocaína. O fortalecimento de laços familiares, de amizade e a educação são também elencados como saídas para os problemas advindos do envolvimento com as drogas. Assim as propostas apoiam-se fortemente no sujeito, invocando um discurso que além da denunciar a situação dos jovens de periferia propõe mecanismos de proteção para criar uma alternativa de “vida possível" - de convivência com a violência, com o tráfico e com o consumo de drogas. Tal tática identitária tem a finalidade de garantir a sobrevivência dos jovens na periferia