Identificação de espécies causadoras de leishmaniose tegumentar por meio de técnicas moleculares, tendo como alvos o gene hsp70 e a região ITS1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Delprete, Jaqueline Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-03082023-145732/
Resumo: A leishmaniose tegumentar americana (LTA) pode ser causada por diferentes espécies de Leishmania, podendo haver diferentes manifestações clínicas decorrentes da espécie do parasito envolvido e, da resposta imune do hospedeiro. No Brasil são descritas oito espécies circulantes de Leishmania, principalmente na região norte do país, que podem causar desde forma cutânea localizada até a forma mucosa. Identificar as espécies de Leishmania a partir de amostras de lesão pode contribuir para melhor escolha terapêutica, pois sabidamente diferentes espécies de Leishmania são mais sensíveis a diferentes medicamentos. Ademais, a utilização de técnicas moleculares permite a melhor identificação do parasito, contribuindo não só para definição da espécie como também para identificar espécies que comumente não são descritas como causadoras de determinada forma clínica. Neste trabalho buscamos identificar espécies de Leishmania causadoras de lesão cutânea ou mucosa, utilizando-se amostras de uma corte de pacientes atendidos no Instituto de Infectologia Emilio Ribas. Duzentas e onze amostras de lesão cutânea ou mucosa de pacientes com suspeita clínica de LTA foram submetidas a reação em cadeia da polimerase utilizando-se o gene codificador da proteína do choque térmico de 70kDa (hsp70) e a região do espaçador interno transcrito (ITS1) como alvos para diagnóstico e posteriormente, as amostras positivas, foram submetidas ao polimorfismo de comprimento de fragmento de restrição e ao sequenciamento pelo método de Sanger para identificação da espécie. Oitenta e quatro amostras amplificaram na PCR para os alvos, confirmando o diagnóstico de LTA, sendo 18 amostras de leishmaniose mucosa (LM), 62 amostras de leishmaniose cutânea localizada (LCL) e 4 de leishmaniose muco-cutânea (LMC). A caracterização da espécie de Leishmania foi melhor obtida utilizando-se a técnica de sequenciamento de Sanger, tendo como gene alvo hsp 70 ou a região ITS-1 com 98,8 % de concordância. Dezoito amostras de LM foram caracterizadas como Leishmania (Viannia) braziliensis. Das 62 amostras de LCL, 56 amostras foram caracterizadas como L. (V.) braziliensis, três foram caracterizadas como L. (L.) amazonensis, três foram caracterizadas como L. (V.) guyanensis, uma caracterizada como L. (L.) infantum. Das 4 amostras de LCM, 3 foram caracterizadas como L. (V.) braziliensis e uma amostra caracterizada como L. (L.) amazonensis. Somente uma amostra de LCL foi identificada como L. (V.) guyanensis / L. (V.) panamensis com o alvo ITS1, sendo identificada como L. (V.) guyanensis pelo gene alvo hsp70. A PCR-RFLP, com gene alvo hsp70, utilizando-se a enzima HaeIII apresentou padrão de restrição característico das espécies identificadas pelo sequenciamento. A PCR-RFLP, tendo como alvo a região ITS1, com a enzima HaeIII, não diferenciou as espécies do subgênero Viannia. Nossos resultados confirmam que L. (V.) braziliensis é a principal espécie causadora de LM no Brasil e que diferentes espécies de Leishmania podem causar LCL, inclusive a L. (L.) infantum