Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Carneiro, Nathalia Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-25092019-133052/
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Resumo: |
Esta dissertação de mestrado realiza uma leitura crítica dA condição humana (1958) de Hannah Arendt. Mais do que contradições reclamadas por seus intérpretes por um lado, democrática radical e, por outro, elitista encontraremos uma coerência com relação ao que batizo como alienação ocidental da alteridade. Nesse sentido, a obra aqui estudada se revela como um momento de elaboração e fixação teórica dessa alienação, principalmente a partir da noção de realidade humana. O argumento é de que para entender isso é necessário não reificar e fetichizar o retorno à pólis, mas, sim, politizar os escritos de Arendt, localizando-os. Em um primeiro momento, parto dos eventos citados no prólogo a fim de remontar os problemas de seu tempo que preocupavam Arendt. Demonstro que a principal questão da autora nesse livro continua a ser a possibilidade de movimentos totalitários, pois estes se baseiam no conformismo das massas. No entanto, para a autora, uma grande responsável por esse conformismo seria o desenvolvimento tecnológico que estaria para liberar a humanidade do fardo do trabalho. Termino afirmando que a chave para entender essa estranha caracterização é enxergar que Arendt pretendeu uma análise do capital sem levar seu processo global em conta. Posteriormente a autora irá afirmar que o terceiro mundo não existe. A seguir procuro entender a era moderna século XVII até início do século XX na visão de Arendt. Para isso, parto de três eventos citados eventos citados no início do último capítulo do livro: o telescópio, a Reforma Protestante e a descoberta da América. Refaço as análises sobre o desenvolvimento da alienação com relação à Terra, resultado do avanço científico representado pelo telescópio; e depois reconstruo sua narrativa sobre a Reforma Protestante que teria dado início ao capitalismo. Neste ponto, trato da dificuldade que a separação entre público e privado apresentada por Arendt. No entanto, afirmo que ainda que essa divisão possa ser interpretada de forma mitigada, ela depende de uma exclusão anterior: a instauração do mundo a precede. Por último, procuro entender a falta de elaboração do terceiro evento, as Grandes Navegações. Além de suas principais consequências não serem mencionadas, não recebemos explicações sobre o tipo peculiar de alienação que engendraram. Neste trabalho escolho nomear alienação ocidental da alteridade. Retorno até o tratamento de Arendt sobre o Imperialismo m Origens do totalitarismo para revelar que o motivo pelo qual a autora se torna incapaz de tratar das colonizações nA condição humana é porque ela está mobilizando essa alienação em suas análises. Assim, sua resposta à sua principal preocupação se encontra muito limitada: conforme mostra a linha que liga as colonizações, escravidão, imperialismo ao nazismo, um dos principais elementos desses movimentos é a insensibilidade para com mortes periféricas. Proponho, por último, que a subversão da divisão da vita contemplativa e vita activa nA condição humana pode ser entendida como uma resposta de Arendt ao totalitarismo. Por outro lado, a manutenção de uma forte divisão entre physis e nomos é a continuação do racismo cultural utilizado para tratar do imperialismo. |