A Noite do Estado Novo: um jornal a serviço da ditadura e vice-versa (1940-1946)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Vandré Aparecido Teotonio da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-23112018-104153/
Resumo: A presente tese de doutoramento tem como objetivo analisar como se deu o processo de apropriação do jornal A Noite pela ditadura do Estado Novo (1937-1945) ocorrido em março de 1940 e que se estendeu até agosto de 1946, quando o governo eleito de Eurico Gaspar Dutra vendeu o vespertino a uma sociedade anônima composta por seus funcionários. Encampado pelo regime, o jornal A Noite foi anexado às Empresas Incorporadas ao Patrimônio Nacional, organização estatal que congregava todas as empresas estatizadas por aquela ditadura. Sendo assim, busca-se verificar a contribuição de A Noite no projeto de comunicação social proposto pelo Estado Novo. O periódico ao mesmo tempo que apoiou abertamente a ditadura inclusive, sendo apelidado pelos seus adversários de Diário Oficial -, também se beneficiou de sua condição, alcançando o jornal bem como os demais veículos de comunicação pertencentes a Empresa A Noite - significativa ampliação comercial e jornalística. Dentro desse projeto de comunicação social oficial existiam alguns elementos que o norteavam, como a manutenção dos temários populares, característica que marcou o fazer jornalístico de A Noite desde antes da encampação, mas, também, a introdução de novos temas e abordagens baseados na cartilha comunicacional da ditadura. Entendendo o jornal enquanto protagonista da História e agente político interventor na realidade social, decidiu-se pela análise dos conteúdos jornalísticos produzidos por A Noite durante o período em que o vespertino esteve sob encampação do Estado Novo, abordando, sobretudo, como esses temários eram associados aos projetos comunicacionais daquele regime. Portanto, o papel desempenhado por A Noite no decorrer da ditadura estadonovista foi fundamental tanto para assegurar a efetivação desse projeto comunicacional oficial, quanto para o fortalecimento do vespertino enquanto empresa de comunicação. A associação do vespertino, forçada por meio da encampação, com a ditatura acabou criando laços comunicacionais que perduraram mesmo com a derrocada do Estado Novo, projeto comunicacional continuado no Governo Dutra.