Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Bittencourt, Tainá Andreoli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3138/tde-04032024-095101/
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Resumo: |
Existem desigualdades cumulativas e que se auto reforçam na sociedade e no espaço urbano. Os sistemas de transporte público, cuja função ideal seria a integração entre pessoas e atividades, estão intrinsecamente relacionados com o uso e ocupação do solo e muitas vezes acabam por reforçar desigualdades socioespaciais, sendo uma dimensão adicional ao precário acesso ao emprego, à saúde, à educação e ao lazer para grande parte da população. Nesse sentido, a presente pesquisa visa contribuir para a compreensão das desigualdades relacionadas aos transportes em espaços urbanos e sociedades altamente desiguais, particularmente no Brasil, e a partir de uma perspectiva comparada. Isto é atingido através de uma combinação de métodos quantitativos e de análise empírica dos desafios de acesso ao transporte e a serviços e atividades urbanos em cidades selecionadas, reunindo diferentes contextos nacionais e internacionais em relação à estrutura social (classe, raça e gênero) e estrutura espacial (uso e ocupação do solo e sistemas de transporte). Ao todo, a pesquisa apresentada em cinco capítulos abrange quatro cidades brasileiras (Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo) e duas cidades localizadas no Reino Unido (Londres) e nos Estados Unidos (Nova York). As análises mostram que as classes mais baixas têm sistematicamente menor acesso às oportunidades de emprego do que as classes mais altas e pessoas negras têm menor acessibilidade do que as brancas, mesmo quando pertencem à mesma classe social. Essas desigualdades são maiores nas grandes cidades, nos países de menor renda e em sociedades pós-coloniais, especialmente quando são considerados os custos de viagem. Isto acontece porque as classes mais baixas e pessoas negras não somente estão sobrerepresentadas entre os mais pobres, mas também nas periferias urbanas, longe das oportunidades de emprego. As escolas públicas, as instalações de saúde e, em certa medida, os espaços verdes abertos estão melhor distribuídos espacialmente, mas a falta de capacidade e qualidade dos serviços ainda constituem grandes barreiras à acessibilidade e à mobilidade quotidiana, com um impacto maior sobre as mulheres. Além das contribuições em termos de análise dos fenômenos sociais, urbanos e de transportes, o presente trabalho contribui metodologicamente ao propor formas de cruzamento de dados de diferentes fontes censitárias, governamentais e colaborativas para ampliar a capacidade de análise do acesso a oportunidades urbanas pelos diferentes grupos sociais, bem como métricas de acessibilidade aderentes aos diversos contextos locais e nacionais e aos tipos de atividades e serviços públicos, considerando a capacidade de provisão dos serviços e competividade pelas mesmas oportunidades. |