Exportação concluída — 

As fontes culturais elaboradas sincreticamente no teatro anchietano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Ferreira, Julio Cesar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-10102011-112548/
Resumo: O objetivo desse trabalho é compreender como o Padre José de Anchieta elaborou sua obra dramática, composta por doze autos teatrais, unindo a cultura européia, fortemente influenciada pelo cristianismo, com a cultura indígena brasileira. Para isso serão analisados alguns costumes e mitos indígenas descritos pelos cronistas que viajaram pelo Brasil no Século XVI. Também será abordada a tradição teatral em Portugal nas variantes Popular, mimos, jograis e entremezes; Escolar, comédias e tragédias clássicas; e Religiosa composta por pastoris, presépios e autos. E finalmente a analise das peças de Teatro de José de Anchieta, escritas em tupi ou que contenham fragmentos em tupi, buscando o sincretismo que o mesmo desenvolveu em sua obra. Anchieta falava para um público composto por colonos europeus, muitos dos quais degredados e índios falantes da língua brasílica, portanto um público totalmente novo, e para o entendimento da mensagem evangelizadora que seu teatro trazia fez-se necessário a re-elaboração dos elementos culturais indígenas e europeus iniciando um processo sincrético onde Deus (Jeová) tomará a forma de Tupã, os anjos ganharão assas coloridas ao modo das emplumagens1 indígena e o Demônio será dividido em vários personagens, diferentemente da tradição judaico-cristã e mais próxima a cultura indígena brasileira que acreditava em vários demônios. Esses receberão nomes de índios inimigos dos portugueses e características que compõem alguns dos seres espirituais que aterrorizavam os amerabas como o Curupira, o Caapora, o Baetata e outros. Alguns costumes como a poligamia, as cauinagens2 e a antropofagia, ritual no qual os índios devoravam seus prisioneiros para se vingar da morte de seus antepassados; serão criticados no teatro anchietano. Porem outros costumes serão aceitos e re-significados como a abertura de caminhos para os Karaibas3, o desbaste e varredura das trilhas na qual passariam os Profetas errantes; ou a troca de nome dos algozes dos prisioneiros, costume que mais tarde será incorporado pelos padres para falar sobre o batismo; incentivando o índio a assumir um novo nome mas desta vez cristão e uma nova personalidade, disposta a abandonar suas praticas ancestrais. Compreender os primórdios do teatro no Brasil, escrito pelo Padre José de Anchieta nos idos do Século XVI, é buscar entender as características que deram inicio a formação da cultura brasileira.