Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Bondioli, João Guedes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-03062015-102745/
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Resumo: |
Fácies sedimentares deficientes em oxigênio, registradas em vários mares epeiricos (bacias intracratônicas) são comuns nos tratos de sistemas transgressivo e de mar alto, em sucessões sedimentares paleozoicas, mesozoicas e mais jovens. Elas são mate rializadas por sucessões monótonas de folhelhos negros e/ou argilitos maciços ou bem laminados, pobres em fósseis, as quais são pensadas terem sido depositadas em condições ambientais estáveis, de anoxia ou baixíssimas concentrações de oxigênio, na interface água sedimento. Durante o Paleozoico tardio, a bacia intracratônica do Paraná, Brasil, no centro do supercontinente Gondwana foi recoberta por um mar epeirico, extenso (>1.600.000 km 2 ), raso e isolado. Na sucessão permiana da Bacia do Paraná, fácies representativas de condições de anoxia são comumente registradas nas formações Irati (Artinskiano) e Serra Alta (Kunguriano), sobrejacente. Argilitos e siltitos cinza-escuros, maciços ou bem laminados, muito pobres em fósseis, constituem os principais litótipos preservados nesta última unidade litoestratigráfica, o que tradicionalmente desencorajou estudos paleontológicos e estratigráficos de detalhe. Entretanto, investigações sedimentológicas, icnológicas e tafonômicas de detalhe (centímetro por centímetro) n estes depósitos indicam um cenário paleoambiental muito mais dinâmico e complexo, do que o previamente pensado. Fundamentado nas feições texturais dos sedimentos (e.g., fábrica, presença/ausência de laminação primária, bioturbação), ocorrências autoctónes ou parautóctones de invertebrados bentônicos providos de conchas carbonáticas (moluscos bivalves) e a presença/ausência de horizontes dominados por concreções carbonáticas e camadas ricas em nódulos fosfáticos, reporta-se aqui, pela primeira vez, drásticas variações no conteúdo de oxigênio, batimetria, taxas de sedimentação e mudanças na colonização do substrato bentônico, dentro das fácies de offshore da Formação Serra Alta. Os dados obtidos indicam que estes depósitos distais, gerados abaixo do nível de b ase de ondas de bom tempo, foram governados por uma conjunção de fatores paleoambientais complexos (e.g., taxa de sedimentação, pulsos de oxigenação), relacionados a mudanças do nível do mar. Três populações ou paleocomunidades distintas foram registradas, incluindo formas residentes adaptadas à: (a) condições normais de dia-a-dia, representadas por fundos pouco oxigenados (disaeróbios), colonizados por minúsculos (mm) bivalves de infauna, suspensívoros e Planolites, (b) táxons quimissimbiontes que habitavam substratos quimicamente tóxicos (anóxicos/extremamente disaeróbios=exaeróbios) (e.g., bivalves suspensívoros gigantes) e (c) populações eventuais que habitaram substratos aeróbios/disaeróbios, gerados durante eventos energéticos episódicos (e.g., Planolites e Thalassionoides). Estes achados têm importantes conotações no nosso entendimento das condições paleoambientais e dinâmica paleoecológica das faunas bentônicas, durante episódios transgressivos em mares epicontinentais rasos, isolados, onde fácies de offshore, com deficiência de oxigênio são abundantes. |