Resumo: |
O presente trabalho analisa três revistas das Antilhas de expressão francesa: La Revue Indigène (1927-1928), do Haiti; La Revue du Monde Noir (1931-1932), surgida nos círculos parisienses de estudantes emigrados; e a revista Tropiques(1941-1945), da Martinica, considerada a mais representativa das Antilhas na primeira metade do século XX. Seu núcleo é a questão da língua, dada a particular situação lingüística existente nas ilhas antilhanas de expressão francesa, onde ahegemonia do francês sobre o créole tem sido um dos aspectos mais polêmicos entre os debatidos nas últimas décadas pelos intelectuais da região. As propostas de cada uma das publicações, assim como o grau de interesse que elas dão à língua e àcultura créole, são os pontos centrais deste trabalho. Foi dado maior ênfase à revista Tropiques pela riqueza temática, pela contribuição dos colaboradores, e pela postura polêmica que seu fundador, Aimé Césaire, adotou em relação ao créole. Aanálise das revistas estudadas foi feita tanto do ponto de vista histórico quanto do conteúdo. A divisão do trabalho em aspectos bem delimitados (histórico da publicação, colaboradores, eixos estruturadores, a questão da língua créole) foirealizada unicamente nos casos em que a organização interna da revista, assim como as idéias recorrentes em cada uma delas ofereceram tal possibilidade. No caso de Tropiques as divisões formam bem definidas, já que o conjunto, apesar da grandecomplexidade, é bem estruturado. Analisar a questão lingüística no momento da publicação das revistas implicou remanejar termos usados pela etnografia de um século atrás, com o interesse de contextualizar a análise, assim como levar emconsideração o momento em que a cultura créole começava a ser reconhecida e reivindicada. A possibilidade de olhar o créole com as ferramentas críticas que as teorias da créolité e da créolisation desenvolveram permite compreender melhor suaatual ) reivindicação como língua de prestígio, isto é, como língua hoje da criação literária |
---|