O eixo-intestino cérebro na doença de Alzheimer: Disfunção mitocondrial e estrutural em intestinos de Drosophila melanogaster

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Martins, Gabriela Castilho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17131/tde-29102024-165307/
Resumo: A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Evidências recentes sugerem que a comunicação entre o intestino e o cérebro, conhecida como eixo intestino-cérebro, pode desempenhar um papel crucial na patogênese da doença. Essa comunicação bidirecional é mediada por uma variedade de sinais, incluindo neurotransmissores, hormônios e até mesmo microrganismos intestinais, que influenciam diretamente o funcionamento do cérebro e vice-versa. Estudos prévios associam a disfunção mitocondrial a alterações observadas na estrutura intestinal durante processos inflamatórios e infecciosos. Este estudo investiga a função mitocondrial e a integridade intestinal em dois modelos genéticos da DA, utilizando Drosophila melanogaster: um modelo com a expressão pan-neuronal da mutação \'artic\' da proteína beta-amilóide humana e outro com a expressão pan-neuronal da proteína precursora amilóide (APP) juntamente com a enzima beta-secretase (BACE1). Analisamos a longevidade, a capacidade locomotora, a memória, a integridade da barreira intestinal e o metabolismo energético das células intestinais nestes modelos. Nossos resultados indicam o estabelecimento de modelos neurodegenerativos com perda de longevidade, capacidade locomotora e memória. Esses animais apresentaram intestino aumentado e barreira intestinal deteriorada, assim como alterações da função mitocondrial, caracterizadas por uma diminuição da capacidade da cadeia transportadora de elétrons, atividade alterada da enzima citrato sintase e uma menor produção de espécies reativas de oxigênio. Esses achados destacam a presença de alterações intestinais na Doença de Alzheimer e a importância de explorar a saúde intestinal como um potencial alvo terapêutico, assim como trazem novas percepções a respeito da bidirecionalidade do eixo intestino-cérebro, demonstrando que a própria neurodegeneração causa consequências ao metabolismo intestinal.