Bioecologia de Trichogramma pretiosum Riley, 1879, para o controle de Anticarsia gemmatalis Hübner, 1818, na cultura da soja

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Zachrisson Salamina, Bruno Alexis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20191220-111110/
Resumo: Para se obterem informações de aspectos bioecológicos de Trichogramma pretiosum Riley, 1879, visando a sua utilização no controle de Anticarsia gemmatalis Hübner, 1818, em soja, foram realizados estudos em condições de laboratório, semi- campo (casa-de-vegetação e telado) e campo. Inicialmente, foi selecionada uma linhagem do parasitóide, baseando-se em parâmetros biológicos, sendo escolhida aquela coletada em ovos de A. gemmatalis no Paraná (L.Pr.), pela sua maior longevidade e estreita relação com o seu hospedeiro. Observou-se que a duração do ciclo de T. pretiosum é inversamente relacionada com o aumento da temperatura na faixa térmica estudada (18 a 32°C). Baseando-se em tabelas de vida de fertilidade, os dados da taxa líquida de reprodução (Ro) e de razão finita de aumento (λ), demonstraram que 28 e 30°C são as temperaturas mais favoráveis ao desenvolvimento da linhagem L.Pr. de T. pretiosum, sobre ovos de A. gemmatalis. A linhagem estudada é bastante rústica, pois a viabilidade e a razão sexual não foram afetadas pela temperatura entre 18 e 32°C. O aumento da temperatura (entre 18 e 32°C) levou a uma diminuição do período de parasitismo, embora a capacidade de parasitismo não tenha sido afetada pela temperatura, entre 22 e 32°C. As maiores taxas de parasitismo por T. pretiosum foram observadas, em telado, nas partes média e superior da planta. A dinâmica populacional de ovos e lagartas de A. gemmatalis está relacionada com a fenologia da planta e baseando-se nas exigências térmicas da linhagem estudada, podem ocorrer 6,5 gerações do parasitóide, entre o final da fase vegetativa (V6) e vagens verdes completamente desenvolvidas (R6). Em condições naturais, o parasitismo de ovos da lagarta-da-soja foi superior a 90%, em V6. A proporção de 5,3 parasitóides por ovo de A. gemmatalis possibilita a maior taxa de parasitismo, independentemente do estágio fenológico da soja. A alta predação, aliada a outros fatores (não identificados) indica que, para atingir o nível de controle de A. gemmatalis é necessária uma alta proporção de adultos, pois infestações controladas com 576 ovos por metro, levaram a uma população de apenas 10 lagartas por metro linear. A similaridade na eficiência de controle de A. gemmatalis, em campo e telado, através de liberações de T. pretiosum, atesta a adequação metodológica utilizada. A capacidade de dispersão de T. pretiosum para parasitar ovos de A. gemmatalis em 24 horas é de 8 m e corresponde a uma área de dispersão de 77 m2, assim a liberação de T. pretiosum, deve ser realizada em 130 pontos por ha. Os resultados obtidos atestam que T. pretiosum é um potencial agente de controle biológico de A. gemmatalis, ainda mais considerando-se, que, para as condições de campo e telado, o parasitismo pode ter sido subestimado, devido à alta predação observada.