Avaliação de resistência horizontal e vertical e de tolerância do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) a Uromyces appendiculatus (Pers.) Ung.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1980
Autor(a) principal: Menten, José Otavio Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20231122-093538/
Resumo: Seis ensaios de campo, em épocas e/ou locais diferentes, possibilitaram a avaliação da resistência de oito linhagens de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) a Uromyces appendiculatus, através dos seguintes critérios de avaliação: porcentagem de folíolos infectados, número de pústulas por folíolo, número de pústulas por folíolo infectado, intensidade de infecção e número de pústulas por unidade de área do limbo foliar. Amostragens semanais possibilitaram o estabelecimento de curvas epidemiológicas do desenvolvimento da ferrugem em cada linhagem de feijoeiro. Os índices de doença foram transformados em valores entre 0 e 1 (Y) e, posteriormente, em 1n [Y/(1-Y)]; através de regressão linear foram determinadas as retas melhor ajustadas aos valores obtidos e determinados os parâmetros policíclicos Xo (quantidade efetiva de inóculo inicial) e r (taxa de infecção). Intensidade de infecção foi o critério de avaliação que discriminou com maior eficiência as linhagens de feijoeiro. Considerando-se todos os ensaios que diferenciaram as linhagens quanto aos valores de Xo e r, foi possível ordenar as linhagens de feijoeiro de acordo com valores crescentes de Xo: IPA Comp. 5/C-704, Costa Rica/C-903, Rosinha/C-110, Roxo/C-820, Carioca/C-224, Rosinha G-2/C-40, Roxo/C-743 e Rosinha G-2/C-21; e de r: IPA Comp. 5/C-704, Costa Rica/C-903, Rosinha/C-110, Carioca/C-224, Roxo/C-743, Rosinha G-2/C-40, Rosinha G-2/C-21 e Roxo/C-820. Também foi determinado o efeito da severidade de infecção por U. appendiculatus na produtividade das linhagens de feijoeiro sob condições naturais de epidemia. Verificou-se correlação significativa entre intensidade de infecção e redução na produtividade (R = 0,78); dentre os componentes da produtividade, efeito da doença no número de vagens por planta mostrou melhor correlação com efeito no rendimento (R = 0,80). Este experimento também permitiu analisar a tolerância a U. appendiculatus apresentada pelas linhagens de feijoeiro, sugerindo que a Carioca/C-224 seja mais tolerante que Rosinha G-2/C-40. Através da inoculação de nove isolados monopustulares de U. appendiculatus, sob condições controladas, foram medidos alguns componentes monocíclicos da resistência (período de incubação, período latente, freqüência de infecção, grau de infecção e intensidade de infecção) das oito linhagens de feijoeiro. Para todos os componentes, verificou-se um efeito estatisticamente significativo de patodemes, patótipos e interação entre patodemes e patótipos. De acordo com as teorias clássicas de Van der Plank, Xo representa a variação em resistência vertical (R.V.) e r a variação em resistência horizontal (R.H.). Entretanto, os resultados do presente trabalho e teorias mais recentes permitem sugerir que a variação em Xo também pode ser devida aos parâmetros monocíclicos freqüência de infecção e período latente, considerados componentes da R.H.; e a variação em r pode ser causada por R.H. ou por R.V. governada por poligenes que obedecem a relação gene menor-para-gene menor. Análise de correlação linear múltipla foi empregada para determinar o parâmetro monocíclico melhor relacionado com os parâmetros policíclicos Xo e r. Foi verificado que Xo apresenta melhor correlação com intensidade de infecção (R = 0,93) e r com período de incubação ou período latente (R = 0,91). Assim, a provável eficiência e maior durabilidade da resistência que reduz a taxa de desenvolvimento (r) de U. appendiculatus e a possibilidade de sua avaliação indireta, através da medição do período latente, indica a potencialidade de exploração desta forma de resistência em programas de melhoramento de feijoeiro.