Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Aguiar, Ricardo Goes de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6141/tde-11042023-175020/
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Resumo: |
Introdução - Multimorbidade compreende a combinação de duas ou mais condições em saúde e é apontada como prioridade nas agendas dos formuladores de políticas públicas. A prevalência de multimorbidade varia amplamente e há carência de estudos sobre a combinação de diferentes condições em saúde e seus impactos na organização das ações e serviços em saúde. Os inquéritos locais são essenciais para estimar a magnitude do problema da multimorbidade, por possibilitarem identificar as consequências para o estado de saúde dos indivíduos, fundamentar a elaboração de diretrizes clínicas e o planejamento de ações e serviços de saúde. Objetivo - Estimar a prevalência e identificar padrões de multimorbidade no município de São Paulo (SP) e a associação com condições socioeconômicas, de saúde, estilo de vida e utilização de serviços de saúde. Métodos - Trata-se de um estudo transversal realizado por meio de entrevistas domiciliares com residentes em setores de situação urbana no município de São Paulo. Para a análise de dados foram obtidas estimativas de prevalência e intervalos de confiança (95%) e utilizados os modelos de regressão de Poisson e análise de classe latente (LCA) por meio do programa R e do módulo de análise complexa (survey) do pacote estatístico STATA, considerando o peso amostral e os aspectos relacionados ao desenho complexo da amostra: sorteio de conglomerados e estratificação. Resultados - Participaram 3.184 indivíduos com 20 anos ou mais, com idade média de 43,8 anos. A prevalência de multimorbidade foi de 42,2%. No manuscrito 1 foi identificada associação com o sexo feminino, envelhecimento, menor renda familiar, relato de problema de saúde nas últimas duas semanas e nos que utilizaram um serviço de saúde por problema de saúde emocional. A multimorbidade também estava associada com ter plano de saúde, com despesas com saúde e polifarmácia. No 2º manuscrito, a associação foi identificada nos indivíduos que referiram ter pelo menos o ensino superior incompleto, que foram classificados como obesos pelo Índice de Massa Corporal e que apresentaram transtorno mental comum. Além das associações com sexo, idade, renda e estado de saúde identificados no manuscrito 1. No 3º manuscrito, a análise de classes latente identificou quatro padrões de multimorbidade com 58,6% dos indivíduos na classe com baixa probabilidade de doença, seguido por condições cardiovasculares (15,9%), respiratórias (12,8%) e reumatológicas, musculoesqueléticas e emocionais (12,8%). Os indivíduos mais velhos, com menor escolaridade e menor renda familiar dessas três últimas classes apresentaram prevalências de multimorbidade maiores quando comparado aos com baixa probabilidade de doença. Conclusões - Estimou-se a prevalência de multimorbidade em uma megacidade como São Paulo e foram identificados aspectos negativos em saúde que estão associados à multimorbidade. Ademais, distinguiram-se grupos de indivíduos com combinações de condições em saúde. O conhecimento da carga e da complexidade do problema no município pode subsidiar a reorganização da atenção à saúde para os indivíduos com multimorbidade, pois é premente garantir o acesso a ações e serviços adequados às suas necessidades, como a transição para uma abordagem interprofissional centrada na pessoa. |