Correlação entre o tempo de assistência de enfermagem e indicadores de qualidade assistencial em Unidades de Terapia Intensiva 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Garcia, Paulo Carlos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-17052017-105502/
Resumo: Introdução: A demonstração da associação entre tempo de assistência de enfermagem dispensado aos pacientes e indicadores de qualidade assistencial pode constituir-se em importante ferramenta de gestão, subsidiando o processo de tomada de decisão acerca das questões relacionadas à adequação quantitativa e qualitativa de profissionais de enfermagem frente aos padrões de qualidade e segurança assistenciais almejados pelos serviços de saúde. Objetivo: Verificar a correlação entre tempo médio de assistência de enfermagem dispensado aos pacientes adultos, internados em unidades de terapia intensiva (UTI) do Município de São Paulo, e indicadores de qualidade assistencial: Incidência de Saída Não Planejada de Sonda Oro/Nasogastroenteral (SONGE) para Aporte Nutricional; Incidência de Extubação não Planejada (ENP) de Cânula Endotraqueal; Incidência de Perda de Cateter Venoso Central (CVC). Método: Estudo de abordagem quantitativa, observacional e correlacional, desenvolvido em 11 UTI de pacientes adultos de dois hospitais públicos e um privado, localizadas na cidade de São Paulo. A população compreendeu os registros do quantitativo e qualitativo de profissionais de enfermagem, do número de pacientes portadores de, ao menos, um dos dispositivos terapêuticos (SONGE, COT, CVC) e das ocorrências relativas às perdas dos dispositivos. Os hospitais foram nominados pelas siglas HA, HB e HC. A coleta de dados, nos HA e HB, ocorreu no período de 17 de julho a 17 de novembro de 2015. No HC os dados foram coletados de 12 de agosto a 12 de dezembro do ano de 2015. A análise foi baseada na estatística descritiva e inferencial, com significância de 5%. Resultados: Nos quatro meses do estudo foram assistidos 2.569 pacientes. O tempo médio de assistência de enfermagem dispensado aos pacientes correspondeu a 18,86 horas no HA, 21,00 horas no HB e 19,50 horas no HC. A porcentagem média do tempo ministrado por enfermeiras foi de 37,75% no HA, 35,00% no HB e 41,36% no HC. O indicador Incidência de Saída Não Planejada de SONGE para Aporte Nutricional apresentou média de 2,19/100 pacientes-dia (dp=10,93). A média do indicador Incidência de ENP de Cânula Endotraqueal correspondeu à 0,42/100 pacientes-dia (dp=4,51) e a do indicador Incidência média de Perda CVC foi de 0,22/100 pacientes-dia (dp=2,04). Não houve correlação estatisticamente significante entre o tempo médio de assistência de enfermagem dispensado pela equipe, tempo médio dispensado por categoria profissional e os indicadores de qualidade elencados. Conclusões: Apesar da hipótese do estudo ter sido refutada, esta pesquisa avança no sentido de elucidar outras variáveis que podem interferir na correlação entre eventos adversos referentes aos artefatos terapêuticos estudados e o quadro de profissionais de enfermagem. Os resultados do presente estudo podem apoiar decisões metodológicas para a verticalização do conhecimento técnico/científico em enfermagem e a condução de futuras investigações que procurem demonstrar o impacto dos recursos humanos de enfermagem na qualidade e segurança dos pacientes, profissionais e instituições de saúde.