Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Fontenele, Claudia Valença |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-11022011-092408/
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Resumo: |
Nesta tese analiso os percursos de mulheres laqueadas que desejam revisitar a maternidade com o suporte da reprodução humana assistida, identificando os agentes e as instituições de socialização que foram coadjuvantes em seu processo de decisão. A análise está centrada na compreensão de como é construído o percurso, desde o arrependimento da laqueadura, até a renovação do desejo de maternidade. Partindo da hipótese de que a maternidade e a criança consaguínea ainda são preponderantes na constituição da família, descrevi e analisei esses percursos e suas implicações no jogo da recomposição familiar, uma vez que a revisita à maternidade aparece como desejo seguido de ação, alguns anos após o estabelecimento do segundo leito conjugal. Durante a discussão, surgiram outras questões pertinentes, como a valorização do discurso acerca da origem dos indivíduos e, por consequência, da biologização do social e da naturalização dos papéis. O campo de estudo foi composto por mulheres que estão a espera do tratamento de reprodução humana assistida num hospital da rede pública de saúde do Estado de São Paulo. Encontramo-nos, as mulheres e eu, algumas vezes, ora todas juntas, ora individualmente, construindo nesses encontros um tanto de afetividade. Assim, o material foi composto por transcrições do grupo de discussão, das entrevistas e das anotações do diário de campo. A reprodução humana assistida se espraia, nos dias atuais, determinando o primado da biologia, da ciência que pode proporcionar a quem busca, a possibilidade de um bebê cuja fonte de material genético é segura, certa, gene do seu gene. E essa biologização do social traz, em seu bojo, outra questão subliminar, pois ao se submeter ao tratamento de reprodução humana assistida, a mulher perpetua e garante o ideal familiar, fundo de tela de sua própria educação: uma só mãe, um só pai, em resumo, uma única e indubitável origem. Há um discurso de revalorização da gravidez, evento biológico e biográfico por excelência. Seria importante que as mulheres que fizeram parte desse estudo, e tantas outras espalhadas por esse país, fossem mais bem informadas (sobre procedimentos contraceptivos, laqueadura, riscos, reprodução humana assistida, efeitos colaterais e possibilidades de sucesso, entre outros) para, de posse desses conhecimentos, fazer suas escolhas. Com autonomia |