Leituras escolares de um texto literário; a relação éthos/páthos no discurso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Neris, Leandro de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-17102007-152540/
Resumo: Dentre os postulados metodológicos da teoria semiótica, os pontos de discussão que se apresentam como fundamentais nesta pesquisa são aqueles ligados às questões de leitura e interpretação de textos. A fim de estudar tais concepções baseadas no construto teóricometodológico da semiótica, temos como ponto de partida um corpus constituído de duas totalidades textuais. A primeira, composta de quatro contos literários do escritor norte-americano O. Henry e a segunda, formada por vinte e cinco textos interpretativos de alunos de uma classe da 3ª. série do ensino médio. Tais produções escolares foram elaboradas a partir do conto O presente dos magos, considerado uma unidade que participa da totalidade literária em questão. Ao colocar em cotejo essas duas totalidades, averiguamos, no movimento de leitura e interpretação, como a interioridade - as estruturas dos textos interpretativos - foi concebida em função de uma outra interioridade - as estruturas do conto literário, já que a produção interpretativa é sustentada no texto que lhe deu origem. Do discurso literário, portanto, depreendemos dos contos de O. Henry as recorrências de um modo de dizer, a partir do que é dito. Essa análise nos permitiu verificar a imagem de um enunciatário cooperativo, com a competência para saber ler implícitos, um enunciatário (páthos) cético que incorpora o éthos cético do enunciador dos contos. Da totalidade escolar, por sua vez, reconstruímos, por meio de um exame da recorrência do fazer interpretativo dos alunos, uma imagem (éthos) de leitor e intérprete escolar erigida dos próprios textos dos sujeitos leitores. Revela-se, pelo movimento analítico empreendido nas duas totalidades textuais, em última instância, um éthos escolar responsivo, que dialoga com a imagem do leitor (páthos) inscrito no texto literário. Nessa esteira, encaminhamo-nos em busca das relações que o éthos do leitor escolar entretêm com o páthos inscrito no texto-base para leitura.