A felicidade são os outros: correspondências entre capital social da vizinhança, bem-estar subjetivo e o imaginário sobre a paisagem urbana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Scardua, Angelita Viana Correa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-04092018-104557/
Resumo: Vários fatores são considerados igualmente relevantes para a construção do Capital Social e da vivência de felicidade em grupos e comunidades. Aspectos objetivos como renda, escolaridade, condições de moradia, saneamento básico, acesso a lazer, disponibilidade de serviços essenciais e participação na vida social costumam indicar altos índices de engajamento cívico, confiança, relações positivas, satisfação com a vida e outros associados à felicidade e ao capital social. No brasil, muitos desses indicadores apresentam níveis muito abaixo dos de outros países em iguais condições de desenvolvimento. É comum relacionar-se tais resultados com questões específicas do cenário nacional, como é o caso da desigualdade socioeconômica. Nesse sentido, pouco se compreende sobre a influência de fatores subjetivos sobre os indicadores de felicidade e de capital social no Brasil. Esse estudo se propôs a avançar nessa compreensão. A partir da investigação de duas vizinhanças com considerável nível de igualdade socioeconômica, e caracterizadas por infraestrutura e saneamento acima da média brasileira, pretendeu-se entender como aspectos subjetivos e inconscientes estão associados à felicidade e ao capital social. Utilizando como referência os elementos arquetípicos e simbólicos dos estudos sobre o Imaginário Cultural, buscou-se averiguar o impacto da paisagem na percepção que os moradores têm de suas comunidades. Indo além, procurou-se identificar como o imaginário sobre a paisagem interfere na forma como os habitantes pensam, sentem e agem em relação aos seus bairros e em relação as interações que estabelecem com suas vizinhanças. Os resultados obtidos sugerem que, no contexto brasileiro, complexos culturais arraigados ao nível do inconsciente influenciam a forma de se conduzir as relações sociais. O complexo da cordialidade aparece como impeditivo para a confiança interpessoal e para o aprofundamento das redes sociais e das relações positivas, comprometendo assim o envolvimento dos indivíduos com a vida coletiva. Na ausência de ações individuais voltadas para a promoção do bem comum, perde-se elementos fundamentais para a construção do capital social e para a vivência de felicidade