Estudo de cálculo de dose em transfusão de concentrado de hemácias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Yamada, Cynthia Maria Leão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-11022020-165744/
Resumo: A transfusão é um dos procedimentos médicos mais comuns em pacientes hospitalizados em todo o mundo. Só no Brasil, em 2016, foram quase 3 milhões de procedimentos transfusionais por todo o país, sendo o hemocomponente mais transfundido, os concentrados de hemácias. As unidades de concentrados de hemácias apresentam grande variabilidade quanto ao seu conteúdo de hemoglobina e esta variação ocorre devido às diferenças de concentrações de hemoglobina dos doadores, das perdas no processo de produção dos hemocomponentes e do tempo de armazenamento. Atualmente, a regra utilizada para a transfusão desse hemocomponente preconiza que cada unidade de concentrado de hemácias eleva as concentrações de hemoglobina do receptor em, aproximadamente, 1g/dL e o hematócrito em 3%, apesar da aproximação ser útil, ela desconsidera as variáveis citadas anteriormente. Assim, uma forma de melhorar a prática transfusional seria transfundir apenas a dose necessária de hemoglobina para cada paciente, contudo, para que isso ocorra alguns aspectos devem ser considerados como: o volume sanguíneo do receptor e o conteúdo de hemoglobina das bolsas de sangue. Dessa forma, o presente estudo se propõe a comparar as transfusões baseadas em unidades e a dose calculada para cada paciente. O objetivo é tentar demonstrar que ao se transfundir utilizando o apenas critério \"unidade\" os pacientes serão transfundidos além ou aquém do necessário. Para isso, foi conduzido um estudo observacional, no período de Agosto/2018 a Maio/2019, na agência transfusional do Hospital da Região Leste, região administrativa do Paranoá/Distrito Federal. Ao todo foram analisadas 72 requisições de transfusões e um total de 136 bolsas de concentrados de hemácias. A cada solicitação de transfusão, eram dosadas as concentrações de hemoglobina nos concentrados de hemácias, calculadas a dose de hemoglobina e o volume sanguíneo de cada paciente. Os resultados foram tabulados e analisados estaticamente. Ao final do estudo, foi possível observar que, de fato, em 75% dos dados analisados houve transfusão além do necessário quando comparados com a dose calculada. Além disso, foi identificada uma correlação positiva moderada ao se comparar volume sanguíneo do paciente e dose de hemoglobina, indicando que à medida que o volume sanguíneo aumenta, doses maiores de hemoglobina são necessárias para transfusão. Os resultados encontrados, destacam a importância de se considerar o volume sanguíneo do paciente, o conteúdo de hemoglobina e a dose necessária para cada receptor, visando o melhor gerenciamento dos estoques de hemocomponentes e a redução de unidades transfundidas.