Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Ramos, Ozires Pereira Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-03092024-145950/
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Resumo: |
Introdução: A principal alteração fisiopatológica em pacientes com doença pulmonar intersticial crônica (DPI) é o aumento da elastância pulmonar, que leva ao aumento da carga de trabalho muscular sobre o diafragma. As alterações histológicas do parênquima pulmonar foram amplamente estudadas. No entanto, as alterações histológicas do diafragma de pacientes com DPI são desconhecidas e o conhecimento das alterações histológicas diafragmáticas é indispensável para o desenvolvimento de intervenções farmacológicos e não farmacológicas que poderão aliviar a dispneia e melhorar a qualidade de vida em pacientes com DPI. Objetivos: Comparar os achados histológicos do diafragma e dos músculos periféricos de pacientes com DPI com os de pacientes sem DPI, submetidos à biópsia pulmonar, para investigação de nódulo pulmonar. Métodos: Biópsias do diafragma e músculo esquelético periférico de pacientes com e sem DPI. Critérios de inclusão para pacientes com DPI: achados clínicos, radiológicos e funcionais compatíveis com DPI presentes há mais de um ano, e indicação de biópsia pulmonar. Critérios de inclusão para pacientes sem DPI: indicação de biópsia pulmonar para investigação de nódulo, e tomografia de tórax sem achados de DPI. Para caracterizar os pacientes com e sem DPI coletamos variáveis demográficas, testes de função pulmonar, medidas de ultrassom diafragmático, e medidas volitivas de força respiratória. As variáveis de interesse coletadas no diafragma e músculos periféricos foram: 1. Área de secção transversal em m2 e proporção de fibras rápidas e lentas; 2. Volumes em mm3 das fibras musculares e seus núcleos, tecido conjuntivo, colágeno, e tecido adiposo; 3. Cadeia oxidativa da mitocôndria muscular; 4. Acúmulo de glicogênio nas fibras; 5. Atividade lisossomal das fibras; 6. Sinais de dano e reparação nas fibras causados por sobrecarga muscular; 7. Quantificação da matriz extracelular; 8. Posicionamento do núcleo nas fibras; 9. Sinais de denervação das fibras; e 10. Alterações ultraestruturais musculares. Essas variáveis de interesse foram obtidas mediante técnicas de histologia, histoquímica, estereologia e microscopia eletrônica usando colorações especificas. Resultados: Incluímos 13 pacientes com DPI e 11 sem DPI. Os pacientes tinham idade e sexo similares. Os pacientes com DPI tinham menor capacidade vital forçada, mas medidas do ultrassom diafragmático e de força respiratória dentro de valores preditos normais. As fibras rápidas do diafragma de pacientes com DPI tinham maior área de secção transversa comparada aos pacientes sem DPI (3,163 m2 vs. 2,264 m2; p<0.01). Os volumes das fibras musculares, colágeno, conjuntivo, e núcleos das fibras musculares foram maiores nos pacientes com DPI comparados aos pacientes sem DPI (p< 0.01 para todas as comparações). As fibras musculares de pacientes com DPI apresentaram maior proliferação mitocondrial (32% vs 11%, p<0.01) e agrupamento de fibras tipo I com aumento da matriz extracelular (p=0.03, ambos). Nos músculos periféricos, exceto para o volume de colágeno, todas as variáveis de interesse foram similares. Conclusões: Comparados a pacientes sem DPI, as fibras do diafragma de pacientes com DPI têm aumento da área e volume das fibras rápidas, agrupamento de fibras lentas, proliferação mitocondrial e maior volume nuclear e conjuntival. Estas alterações foram exclusivas do diafragma e não aconteceram com os músculos periféricos. Estas alterações diafragmáticas provavelmente representam alterações adaptativas ao aumento da elastância pulmonar |