Formação de professores para a educação de surdos: revisão sistemática de pesquisas da pós-graduação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Muttão, Melaine Duarte Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-24042017-105950/
Resumo: A década de 1990 foi marcada pela publicação de diversos documentos internacionais e nacionais que influenciaram, de forma significativa, as atuais políticas educacionais em nosso país, publicadas, principalmente, na década seguinte. Por meio delas, foi instituído um novo olhar para educação especial, que deixou de ser pensada de forma paralela ao sistema comum e passou a integrar a proposta pedagógica da escola regular. Como consequência, a formação de professores para a educação básica também precisou ser revista. A década de 2000 foi brindada ainda com a promulgação de novas legislações relativas aos surdos, como a Lei nº 10.436/02, que reconhece a língua brasileira de sinais (Libras) como aquela usada pelas comunidades surdas brasileiras, e o Decreto nº 5.626/05, que assegura o direito, a esse grupo sociocultural, à educação bilíngue, fato que implicou também em uma transformação na forma de se pensar a formação de professores de alunos surdos. Ao se considerar este contexto, foi proposto o presente trabalho, que tem como objetivo compreender como a formação de professores para a educação de surdos tem sido discutida em teses e dissertações no período de 1995 a 2014. Esta pesquisa constitui-se em uma pesquisa bibliográfica e, como procedimento metodológico, adotou-se a Revisão Sistemática da Literatura. Para o acesso aos trabalhos, foi realizada uma busca online nas bibliotecas de Programas de Pós-graduação em Educação, avaliados pelas CAPES com conceito igual ou superior a cinco. Após terem sido aplicados os critérios de inclusão e exclusão determinados frente aos objetivos deste estudo, foram encontradas 35 pesquisas que discutiam a temática investigada: 16 teses e 19 dissertações. Em uma abordagem inicial dos dados, observou-se que a defesa dos trabalhos concentrou-se entre os anos de 2009 e 2014, período de consolidação da política inclusiva no país e de seus efeitos para a educação dos surdos. A leitura e análise das pesquisas selecionadas apontaram para a discussão e reflexão de dois grandes períodos: do que trata das extintas habilitações específicas em Educação de Deficientes da Audiocomunicação e do que discute uma nova configuração em termos de formação do professor regente e especialista. Este último tema foi abordado, nas pesquisas investigadas, a partir da formação inicial e de propostas de formação continuada, envolvendo práticas presenciais, em serviço e à distância. Conclui-se que, para a maioria dos estudos, as especificidades da educação de surdos não tem sido contempladas na formação inicial. Reconhece-se que, embora as antigas habilitações não favorecessem os surdos, em termos educacionais, por partirem de uma concepção pautada na deficiência e na normalização dos alunos, o mesmo pode ser dito da formação inicial oferecida hoje, que embora tenha, potencialmente, como pressuposto que os surdos constituem-se uma minoria sociocultural e linguística, restringe a educação destes alunos à disciplina Libras. Esta realidade tem demandado dos professores a busca por formação continuada, foco da maioria das pesquisas, que, sem uma orientação clara dos aspectos que precisariam ser contemplados nos processos educacionais dos surdos, muitas vezes, centram-se, novamente, apenas na língua em detrimento das práticas pedagógicas que respeitem as particularidades educacionais dos alunos surdos.