Características do sono de idosos sem demência classificados de acordo com o perfil ß-amiloide

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Borges, Conrado Regis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-24062024-142745/
Resumo: Introdução: Mudanças no padrão do sono ocorrem conforme a Doença de Alzheimer (DA) progride para demência. Apesar de alterações do sono também já serem reconhecidas em indivíduos com comprometimento cognitivo leve (CCL), poucos estudos avaliaram se o perfil amiloide influencia nas características polissonográficas do sono nas fases pré-clínica e prodrômica da DA. Objetivos: Comparar parâmetros objetivos do sono de indivíduos CCL com perfil amiloide positivo (A+) versus amiloide negativo (A-) e de indivíduos sem comprometimento cognitivo objetivo (SCCO). Métodos: Estudo transversal, observacional, de indivíduos com idade 60 anos, sem comorbidades relevantes, recrutados de uma coorte de pessoas sem demência de São Paulo/SP. Foram submetidos a avaliação neuropsicológica para diagnóstico clínico, PET-PiB para determinação do perfil amiloide (A+ vs A-) e polissonografia de noite inteira. Os indivíduos foram divididos em duas amostras: SCCO e CCL. Para cada amostra, comparamos os parâmetros polissonográficos de acordo com o perfil amiloide. Resultados: Avaliamos 67 indivíduos, com idade mediana de 73 anos e 14 anos de escolaridade, com predomínio do sexo feminino (70%). Classificamos vinte e oito (42%) indivíduos como SCCO e trinta e oito (58%) como CCL. Observamos perfil A- em quarenta e quatro (66%) sujeitos e A+ em vinte e três (34%). Analisando os indivíduos SCCO, o grupo A+ (n=9) mostrou piora global do sono em comparação ao A- (n=19) (tempo total do sono/ p = 0,007, latência para o início do sono/p = 0,025, tempo acordado após o início do sono/ p=0,011, eficiência do sono/p = 0,005 e índice de despertares/ p = 0,007), além de alterações da estrutura do sono (%N1: 20,8% ±5,8% vs 12,5% ± 2,1; p = 0,005; %REM 12,2% ± 5% vs 20% ±2,3, p = 0,006). Comparando os parâmetros polissonográficos dos indivíduos CCL (com correção para a idade), os A- (n=23) tiveram maiores índices de despertar (26,1 ± 6,9 vs 17,1 ± 4,4; p = 0,036) e maior índice de distúrbios respiratórios (IDR) (28 ± 3,6 vs 13 ± 6,9; p = 0,025) do que os A+ (n=12). Conclusões: Os indivíduos na fase pré-clínica da DA (SCCO A+) apresentaram alterações polissonográficas expressivas em comparação ao grupo controle (SCCO A-), com destaque à redução da %REM. Esse efeito não foi observado na fase prodrômica da doença (CCL A+). Ao contrário, entre os indivíduos CCL, o grupo A- apresentou maior índice de despertares e IDR. Concluímos que as alterações cognitivas nos pacientes A-estão associadas a distúrbios do sono e que o perfil A+ está associado a alterações do sono em indivíduos SCCO