Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Correia, Romulo Marcelo dos Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-23082018-152824/
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Resumo: |
Este trabalho investiga se no Brasil o lugar social destinado pela sociedade às pessoas que possuem diagnósticos relativos à psicose é semelhante àquele que o poder soberano destina ao homo sacer. Para isso, o referencial teórico estudado baseia-se na pesquisa de Agamben sobre o homo sacer e na teoria psicanalítica da psicose, mas não de forma exaustiva, e sim recortando possíveis contribuições. Essas noções subsidiam toda discussão que vai dos primeiros entendimentos sobre loucura, atravessando o ideal de eugenia, até desembocar na reforma psiquiátrica e no Serviço de Residência Terapêutica SRT como contraponto à política manicomial. Já para a pesquisa de campo, a metodologia escolhida baseou-se numa pesquisa qualitativa, com o uso de entrevista semiestruturada e de diários de campo. Os participantes foram divididos em três perfis: moradores do SRT que são egressos de períodos de longa internação em hospitais psiquiátricos, com nosologia relativa à psicose; cuidadores do SRT; e técnicos de nível superior que atuam na área da saúde mental. A análise das entrevistas foi baseada na análise de conteúdo. Os resultados evidenciam que a história da loucura no Brasil foi marcada pela exclusão, mas que os acontecimentos do século XX evidenciaram que o psicótico deixa de estar apenas no lugar do excluído e é jogado no lugar do homo sacer. Simultaneamente ao psicótico como homo sacer está a figura do neurótico como sobrevivente, mas ambos vivem a insegurança de se afogarem no rio da biopolítica. Já as falas dos moradores, cuidadores e técnicos reconheceram o hospital psiquiátrico como um lugar onde as pessoas são abandonadas por todos para morrer: abandonadas pelas famílias, abandonadas pela equipe do hospital, abandonadas pelo poder público, abandonadas pela sociedade como um todo. Mais que um lugar de abandono, o hospital psiquiátrico era um lugar de morte. A este lugar de morte surgiu como contraponto uma saúde mental voltada para a inserção social e territorial das pessoas acometidas de transtornos mentais, e o SRT mostrou-se um importante equipamento para efetivar tais ações. Para os participantes, o SRT é tudo o que o hospital psiquiátrico não é: Enquanto o hospital leva as pessoas para longe da cidade, a residência traz de volta para ela. Enquanto o hospital aprisiona irresponsavelmente, a residência liberta responsavelmente. Enquanto nos hospitais existem pacientes internados, na residência existem moradores que participam da sociedade. Enquanto nos hospitais corpos são usados desrespeitosamente, na residência vidas são vividas dignamente |