Variações schumanianas: música e loucura no campo da recepção estética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Richard de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-08022017-093939/
Resumo: Considerando as principais apreensões teóricas acerca da relação entre arte e loucura, define-se amplamente o propósito deste trabalho verificar as relações entre música e loucura no campo da recepção estética, enquanto subárea da Psicologia Social da Arte. Partindo sobretudo da perspectiva crítica de Michel Foucault, entre outros autores, consideramos a loucura um complexo fenômeno sócio - histórico que atravessa a cultura ocidental, e não a loucura como doença mental e o louco como fato. E dado o papel fundamental da atividade do espectador na produção e na circulação dos sentidos das obras de arte, realizamos um estudo sobre a percepção estética da obra de Robert Schumann, músico romântico do século XIX, cuja existência foi atravessada pela experiência trágica da loucura. Selecionamos alguns trabalhos significativos desse compositor e os apresentamos aos sujeitos da pesquisa, isto é, músicos eruditos, especificamente pianistas, que entrevistamos individualmente com o propósito de investigar a percepção da loucura vinculada à percepção da obra musical de Schumann. A reflexão fenomenológica a partir das percepções expressas pelos pianistas configurou três perspectivas: biográfica, psicopatológica e poética. A consideração desse conjunto teve por implicação um estudo teórico-crítico do campo multifacetado do Romantismo, estudo que focou principalmente as concepções de sujeito, universo e música ( assim como suas relações) que emergem na tempestade romântica. Tal estudo ensaístico permitiu-nos discutir mais amplamente, com base principalmente em Barthes e Merleau-Ponty (entre outros críticos e historiadores da arte), a questão arte-loucura, no tocante à música, articulada à questão vida-obra do artista, vida e obra que guardam aspectos trágicos em sua gênese e em sua forma