Processamento espacial visual de Segunda Ordem em crianças com Transtorno do Espectro Autista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Lilian Mattos dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-20122024-123503/
Resumo: O objetivo dessa tese foi investigar a Sensibilidade ao Contraste de Segunda Ordem (SCSO) em crianças com o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), utilizando medidas de SCSO moduladas por contraste carreadas por ruído rosa, relacionado ao processamento de textura visual; e medidas Sensibilidade ao Contraste de Primeira Ordem (SCPO) moduladas por luminância, a fim de se estudar a passagem da informação espacial sensorial para perceptual. Esta investigação resultou na elaboração de dois artigos que estão dispostos em capítulos subsequentes. O primeiro estudo teve como objetivo identificar e analisar os elementos idiossincráticos da SCSO em crianças e adolescentes com TEA em comparação à sujeitos com desenvolvimento típico nestes perfis etários, mediante revisão sistemática de literatura. Dos 4775 estudos encontrados na literatura, cinco estudos que atenderam os critérios de inclusão evidenciaram prejuízos visuoespaciais na população com diagnóstico de Autismo, em todas as faixas etárias participantes. Estes utilizaram abordagens metodológicas distintas, com desenhos psicofísicos, eletrofisiológicos e mistos, analisando as funções visuais pelo viés de processamento local, no qual detalhes de formas são priorizados, e de viés global, analisando funções visuais complexas, de segunda ordem, onde os aspectos dinâmicos, de texturas, são processados a nível perceptual, contudo, salienta-se que, apenas um estudo utilizou medidas de processamento visual de segunda ordem realizadas por medidas de sensibilidade ao contraste de segunda ordem, destacando então a importância deste trabalho. O segundo capítulo contempla o artigo elaborado como resultado da pesquisa deste doutoramento, que teve como objetivo investigar o processamento espacial visual de segunda ordem, pela utilização de medida psicofísica aplicada à clínica, juntamente com a medida da sensibilidade ao contraste em crianças com TEA. Os estímulos de grade senoidal para a medida de SCPO foram modulados por luminância e os estímulos de grade senoidal para a medida de SCSO foram modulados por contraste e carreados por um ruído bidimensional gaussiano rosa. Nesta pesquisa encontramos evidências de um aumento da sensibilidade ao contraste de primeira ordem, que processa estímulos lineares, em crianças e adolescentes com TEA e, de uma semelhança dos resultados do grupo experimental e grupo controle no processamento de contraste de segunda ordem, que processa estímulos espaciais de textura. Estes resultados corroboram os achados preliminares da revisão sistemática realizada e apresentada no primeiro artigo, assim como apresentam novas evidências, no segundo artigo, demonstrando que a transferência de informação de contraste das áreas sensoriais primárias para as áreas de percepção espacial de textura é reduzida no Autismo, configurando assim, um funil funcional de contraste visual.