Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Schacht, Rakelly Calliari |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-02102023-130256/
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Resumo: |
Esta tese investiga a obra estereofônica do autor alemão Peter Leonhard Braun (1929 - ) e as escolhas operadas por ele na construção de novas formas de expressão sonora na representação da realidade, com o objetivo de concretizar o antigo sonho da realização de um filme acústico. O trabalho faz a recuperação histórica do desenvolvimento do feature como um gênero na radiofonia pública alemã, bem como procura contribuir com o exercício de sua conceituação, tomando como base a premissa de que a narrativa do feature se constitui a partir de imagens sonoras técnicas fixadas em suporte que, a partir do desenvolvimento do feature acústico, são manipuladas sob a direção do autor. Tal caráter ontológico o diferencia do rádio feito ao vivo e o aproxima conceitualmente do cinema documental. No caso da obra analisada, contida no período de 1964 a 1973, verifica-se que tal aproximação se dá especialmente com o cinema direto, através da valorização das captações em campo, facilitadas pelos equipamentos portáteis de gravação em fita magnética, e da elaboração de uma estética do real, impulsionada pela ideia de fidelidade proporcionada pela estereofonia. A pesquisa foi desenvolvida com base em revisão bibliográfica acerca da obra do autor e dos temas investigados, análise documental de áudios e roteiros de seis features radiofônicos, assim como o levantamento de informações cedidas pelo autor por meio da troca de mensagens eletrônicas e de uma entrevista realizada no ano de 2019. O referencial teórico engloba a produção de diversas áreas, entre elas as teorias sobre linguagem radiofônica (HAYE, 2004; MEDITSCH, 2005, 2007; MEDITSCH e ZUCULOTO, 2008), especificamente o feature radiofônico (KOPETZKY, 1994, 1996, 2000, 2013, 2015; LISSEK, 2006, 2010; MADSEN, 2005, 2009, 2014, 2018; REIN e ZINDEL, 2007; RUNOW, 2007), a vanguarda do rádio (CORY, 1992; GILFILLAN, 2009; KAHN e WHITEHAD, 1992), os estudos do som (SCHAEFFER, 2010, 2017; STERNE, 2003, 2012), o som no cinema (ALTMAN, 1992; CHION, 2004, 2011; MURCH, 2000) e o cinema documental (DA-RIN, 2006; NICHOLS, 1978, 1983, 1995, 2008). Com base no conceito de Voz do Documentário ofertado por Bill Nichols, são analisados cinco features estereofônicos de Peter Leonhard Braun e uma de suas últimas produções monofônicas, incluída na amostra por tratar-se de um importante prenúncio da linguagem desenvolvida pelo autor nos anos seguintes. Conclui-se que o modo observativo norteia a construção de sua obra e, embora não seja plenamente concretizado, o aproxima da estética do real predominante no cinema direto da época. A mitigação da presença do autor em favor de uma emancipação do som direto é apenas aparente, já que sua agência permanece, e até se fortalece, nas escolhas de captação, edição e montagem do material. Em sua abordagem macrossociológica, este repertório amplia a escuta para um campo sonoro antes pouco presente no rádio e abre caminho para modos que mais tarde irão expor de forma mais transparente as subjetividades do fazer documental. |