Plantas aclimatizadas de Gomphrena macrocephala St.-Hil.: aspectos estruturais, bioquímicos e de crescimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Moreira, Míriam Ferraz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11144/tde-20231122-100727/
Resumo: Gomphrena macrocephala St.-Hil (Amaranthaceae) é uma espécie herbácea perene nativa do cerrado brasileiro, que apresenta propriedades medicinais e potencial ornamental. Microestacas têm a aclimatização dependente do protocolo de enraizamento. Na presença de ácido indol butírico (IBA) no meio de enraizamento ocorre a formação de calos na base das microestacas e formação de raízes espessas e quebradiças. Na ausência de reguladores vegetais, no entanto, não há formação de calos e as raízes formadas são semelhantes às das plântulas. Somente as microestacas enraizadas sem fitorreguladores aclimatizam. O estudo anatômico foi feito com o intuito de relacionar a origem dos primórdios radiculares, e a estrutura das raízes adventícias formadas com a resposta ao processo de aclimatização. Verificou-se que, quando IBA é adicionado ao meio de cultura, ocorre uma frágil conexão vascular entre a parte aérea e o sistema radicular, as raízes adventícias mostram hipertrofia de células corticais e alterações no cilindro vascular. Por outro lado, as raízes adventícias formadas em meio sem reguladores de crescimento originaram-se a partir de células próximas ao periciclo, portanto com estreita relação com o sistema vascular. Estas raízes apresentaram estrutura anatômica normal. Estes resultados indicam que o desempenho das funções das raízes pode estar comprometendo a aclimatização e, conseqüentemente o estabelecimento de novas plantas por períodos mais longos. A partição de carboidratos, conforme já relatado, é estreitamente relacionada com as fases fenológicas que G. macrocephala apresenta no seu ciclo de desenvolvimento. Depois de aclimatizadas em terra do cerrado, as plantas foram colocadas sob condições de fotoperíodo controlado (8, 12 e 16h) para verificar se esse fator ambiental pode interferir no crescimento, no comportamento fenológico e no acúmulo de frutanos nas raízes tuberosas dessas plantas. Verificou-se que dias curtos (8h) promoveram menor crescimento da parte aérea, características de senescência e acúmulo de polissacarídeos, semelhante ao observado para plantas em início de dormência. Dias longos, no entanto, estimularam maior desenvolvimento da parte aérea, e acúmulo de frutanos semelhante ao descrito para plantas em fase de crescimento vegetativo. O conhecimento do crescimento das plantas aclimatizadas sob condições fotoperiódicas controladas também trouxe informações importantes para a eventual produção de plantas em escala comercial. Considerando que o crescimento é favorecido por fotoperíodos de 12h, que é a condição mais comumente encontrada no país ao longo do ano, a produção de plantas não acarretará ao produtor um gasto extra em termos de energia elétrica. Esta eventualmente poderá vir a ser necessária na etapa de indução floral. Foi possível demonstrar que plantas micropropagadas e aclimatizadas de G. macrocephala acumulam frutano do mesmo tipo que plantas crescendo no cerrado. Por isso, também podem ser usadas na indústria alimentícia como outras espécies do cerrado que acumulam frutano.