Influência da prótese dentária total removível na deglutição: avaliação clínica e videofluoroscópica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Montaldi, Marina Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17151/tde-03012023-103528/
Resumo: A deglutição é uma função biológica complexa e coordenada, na qual o alimento passa da cavidade oral para o estômago. Ela possui quatro fases para ser melhor compreendida: a preparatória oral, a oral propriamente dita, a faríngea e a esôfágica. Para que essas fases ocorram de forma eficaz, é necessário a participação precisa de uma série de músculos, nervos e estruturas como por exemplo, os dentes. A fim de verificarmos o quão importante é a estrutura dentária na deglutição, especificamente em sua fase oral, propomos neste estudo investigar a eficácia e qualidade na deglutição de indivíduos com e sem próteses dentárias totais bem adaptadas com idades entre 41 a 77 anos, comparando-os a indivíduos de mesma faixa etária e gênero com presença dentária em bom estado de conservação. Eles foram divididos em grupo estudo (GE), com prótese dentária (GP), e sem a prótese dentária (GS); e grupo controle (GC), os dentados. Foi realizada uma entrevista inicial com todos os participantes, e logo após a inclusão dos mesmos no estudo, avaliamos a musculatura orofacial por meio do protocolo de avaliação miofuncional orofacial não expandido (AMIOFE), e a deglutição de alimentos em consistência líquida, pastosa e sólida (bolacha e torrada) de forma qualitativa e quantitativa por meio do exame de videofluoroscopia. Observamos que com relação à avaliação miofuncional orofacial houve diferenças relevantes entre os grupos para o aspecto do comportamento dos lábios durante a deglutição e também na movimentação dos órgãos fonoarticulatórios de lábios, língua e bochechas. Com relação às manifestações da deglutição observadas no exame de videofluoroscopia, observamos que as mais frequentes para os grupos foram: resíduo em cavidade oral, perda prematura do alimento e deglutição faríngea. Elas foram mais encontradas no GE. Destaca-se o resíduo em cavidade oral, o qual foi maior no GE em relação ao GC, de forma relevante nas consistências alimentares líquida, pastosa e sólida do tipo torrada. A movimentação de cabeça e a penetração laríngea foram observadas em todos os grupos somente na consistência alimentar líquida. Não houve aspiração traqueal em nenhuma consistência e grupo avaliado. Na avaliação temporal videofluoroscópica da deglutição, observamos que na consistência alimentar líquida houve diferenças entre os GC e GE para o tempo de trânsito oral (TTO), tempo de duração do fechamento velofaringeo (TRVL), tempo de trânsito pelo esfíncter esofágico superior (TTEES), tempo de trânsito faríngeo (TTF), e tempo de trânsito orofaríngeo (TTOF), os quais foram maiores no GE. Na consistência pastosa o GE apresentou médias de tempos maiores de maneira relevante em relação ao GC nos TTF e TTOF. Na avaliação do alimento em consistência sólida do tipo bolacha o GE obteve maiores médias nos intervalos de tempos com relação ao GC no tempo preparatório oral (TPO), TTO, tempo de reação para a deglutição (TRD) e TTOF. E para a consistência alimentar sólida do tipo torrada, a diferença entre os grupos foram entre os intervalos de tempo TPO e TRVL, os quais o GE também obteve valores maiores de forma significativa em relação ao GC. Concluímos que o GE obteve escores menores para a movimentação dos órgãos fonoarticulatórios em relação ao GC. O GE teve médias de intervalos de tempos de deglutição maiores que o GC, assim como apresentaram mais alterações durante a deglutição.