Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Mattos-Silveira, Juliana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23132/tde-08082016-104859/
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Resumo: |
Este ensaio clínico randomizado, cego e controlado com placebo teve como objetivo principal avaliar a eficácia do diamino fluoreto de prata (DFP) a 30% no tratamento não operatório de lesões de cárie em superfícies proximais de molares decíduos e compará-la a eficácia do infiltrante resinoso e a do controle do biofilme interproximal pelo uso do fio dental. Além disso, também avaliou a custo-eficácia e o desconforto dos tratamentos e a satisfação dos participantes quanto ao tratamento recebido. Para isso, foram selecionadas 141 crianças entre 3 e 10 anos de idade, que apresentavam pelo menos uma superfície proximal com lesão de cárie clinicamente em esmalte. A alocação dos participantes foi aleatória, de acordo com o tratamento: DFP a 30%, infiltrante resinoso de cárie e orientação para o uso diário do fio dental (controle). Todos os participantes receberam o tratamento ativo para os quais foram alocados e também o placebo dos tratamentos realizados nos outros grupos. Os custos dos materiais utilizados nos tratamentos foram registrados. Ao final da consulta de tratamento, foi aplicada aos participantes a Escala Facial de Wong-Baker para avaliação do desconforto. Os responsáveis pelos participantes, que concluíram o seguimento da pesquisa, responderam a um questionário de satisfação sobre o tratamento recebido. As crianças foram examinadas após 1 mês para avaliação de higiene bucal e também de presença de biofilme nas superfícies tratadas. Após 6, 12 e 24 meses, foram realizados exames visual e tátil para verificar a progressão das lesões tratadas, além de exame radiográfico aos 12 e 24 meses. Para avaliar a eficácia dos tratamentos, consideraram-se como desfechos: (I) qualquer progressão clínica da lesão tratada e (II) progressão para cavidade em dentina. A progressão radiográfica foi utilizada como um desfecho secundário e para comparar com o padrão clínico de progressão das lesões. Análises de regressão foram realizadas para verificar se os grupos de tratamento influenciaram os desfechos testados após 12 e 24 meses de seguimento (análise por protocolo - Poisson multinível e análise de sobrevida). Valores pontuais de custo-eficácia dos tratamentos foram calculados e, para comparar a custo-eficácia da implementação do uso do DFP em relação às outras opções testadas foi utilizada a razão de custo-eficácia incremental. Análises de regressão de Poisson foram utilizadas para verificar a associação entre o desconforto e variáveis explicativas. A satisfação dos participantes e seus responsáveis foi explorada descritivamente. Um total de 316 superfícies proximais foram incluídas, sendo a maioria classificada como escore 2 do ICDAS (Sistema Internacional de Detecção e Avaliação de Cárie) associadas à ausência de imagem radiográfica (46,8%). As perdas de seguimento foram de 15% e 24% aos 12 e 24 meses, respectivamente. Não houve associação entre o grupo de tratamento e a progressão das lesões aos 12 e 24 meses, tanta pela análise por protocolo como pela análise de sobrevida. A taxa de progressão clínica das lesões para cavidade em dentina foi de 2,5% aos 12 meses e de 5,6% aos 24 meses. As lesões que não apresentavam imagem radiográfica inicial não progrediram para o 1/3 médio de dentina ou mais. A condição clínica inicial das lesões foi associada à progressão das lesões em todas as análises. Já o risco de cárie foi associado à progressão das lesões aos 24 meses e também na análise de sobrevida. O tratamento com infiltrante resinoso apresentou o custo mais elevado, fazendo com que o tratamento com DFP apresentasse melhor relação custo-eficácia do que este primeiro. Os participantes tratados com o DFP e os que receberam orientação para o uso do fio dental relataram menor desconforto do que os tratados com o infiltrante resinoso. Os responsáveis se mostraram satisfeitos com o tratamento recebido, independentemente do grupo ao qual foram alocados. Conclui-se que o tratamento com DFP é tão eficaz quanto o infiltrante resinoso e a orientação para o uso do fio dental no controle das lesões iniciais em proximal de molares decíduos. No entanto, causa menor desconforto e apresenta custo-eficácia superior ao infiltrante resinoso, devendo ser preferível para superfícies proximais de molares decíduos, em situações nas quais o tratamento dessas lesões possa ser necessário, como por exemplo, pacientes com experiência de cárie. |