Utopia e declínio: a ruptura do paradigma do herói positivo nas obras de V. Aksiónov, V. Eroféev e V. Makánin

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Gabriela Soares da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8155/tde-09032017-094725/
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar as transformações e o consequente declínio da noção de herói positivo na literatura russo-soviética a partir do período do degelo (1953-1964). Para isso, esta pesquisa irá se concentrar no estudo da construção das personagens em três obras significativas que representam essas mudanças: Zviózdnyi biliet (Bilhete para as estrelas) de Vassíli Aksiónov, Moskvá-Petuchkí (De Moscou a Petuchkí) de Venedíkt Eroféev e Andergraund, ili gerói nachego vrêmeni (Andergraund, ou um herói do nosso tempo) de Vladímir Makánin. Pretende-se, então, recuperar a trajetória desse herói, que encontra seu ápice na ideia de homem novo soviético, para determinar o conflito que se estabelece nas novas formas de representação promovidas por esses três autores, baseadas em inovações linguísticas, construção estética da subjetividade e individualidade, evidenciando o enfrentamento e a negação do status quo, bem como dos paradigmas da literatura oficial. Soma-se a isso o fato de tais inovações estarem associadas a personagens subversivas e marginalizadas, que indicam afastamento ou abandono dos ideais do herói positivo, pela atitude antiautoritária e rebelde (em Aksiónov); pelo inconformismo e vício (em Eroféev); e pelo cinismo e recusa das normas (em Makánin). Assim, espera-se contribuir para a compreensão de certos aspectos da literatura russa ligados à reapropriação e reconfiguração do passado traumático vinculado ao regime repressor e à perda de um projeto utópico.