Narrativas em deslocamento: processos de subjetivação, produção do espaço e ciclomobilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Olekszechen, Nikolas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-09112021-151954/
Resumo: O urbano aponta como o horizonte da vida cotidiana. A cidade se torna o centro da tomada de decisões, agrega a produção de riquezas e catalisa o cotidiano. Aliado a isso, os processos de produção do espaço no mundo contemporâneo ganham corpo nas práticas de mobilidade. As relações nas cidades se tecem a partir de elementos que fazem corpos, ideias, veículos, produtos e riquezas se moverem e pararem, inserindo-os no campo das relações de poder. Sob esse panorama teórico e empírico, o objetivo deste trabalho é compreender o enlace entre a produção do espaço, os processos de subjetivação e a mobilidade por bicicletas. Tomamos como terreno de análise a expressão singular da mobilidade na cidade de Maringá, Paraná, propagandeada no cenário nacional a partir do discurso da sustentabilidade e da qualidade de vida, atraindo investimentos e despontando como uma das melhores cidades para se viver no Brasil. Argumentamos a favor da tese de que a configuração socioespacial da cidade, assim como os discursos que orientam a vida de seus cidadãos, configuram uma prática ciclística orientada pelo valor da individualidade. Foram conduzidos dois estudos que tratam de práticas ciclísticas distintas. Inspirados por procedimentos etnográficos, o primeiro estudo mapeou a multiplicidade das práticas ciclísticas na cidade a partir do ponto de vista de alguns atores/as do campo. O segundo se referiu ao cotidiano de trabalho de ciclistas entregadores de aplicativos. Orientados pela leitura das mobilidades e das relações de poder, apontamos para alguns paradoxos da mobilidade com bicicletas em Maringá. A sobreposição de políticas e propagandas a favor da ciclomobilidade conflitam com as diversas mobilidades performadas por ciclistas. Ao mesmo tempo em que ciclistas constroem uma imagem frágil como agentes do trânsito, sua invisibilidade e seus movimentos desviantes permitem a invenção de heterotopias, abrindo espaço para um ciclismo possível na cidade