Avaliação de efetividade de coleira inseticida impregnada com piretróides na redução da incidência da resposta sorológica para leishmaniose visceral canina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Valery, Beatriz de Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-16032023-104851/
Resumo: A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose de distribuição mundial e que tem os cães como principais reservatórios do agente causal em áreas urbanas. É uma doença endêmica na maior parte do território brasileiro, onde é tentativamente controlada por meio do Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral (PVCLV). Pelo PVCLV, preconiza-se, entre outras medidas, a eutanásia de cães soropositivos para LV, quando em áreas endêmicas. A eutanásia de cães tem se mostrado uma medida pouco efetiva, além de socialmente muito criticada e por isso muito pouco tolerada pela população. Não há vacinas com comprovada eficácia para reduzir a transmissão e por isso, o encoleiramento total da população canina com coleiras impregnadas com inseticidas tem sido uma medida cada vez mais empregada para auxiliar no combate à transmissão da doença. No ano de 2018, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Bauru, estado de São Paulo, iniciou trabalhos para encoleiramento estratégico em cães, em que apenas cães soropositivos foram encoleirados com coleiras impregnadas com deltamentrina 4% (CID). Neste estudo, foram avaliados os resultados deste empreendimento realizado em um bairro da cidade, o bairro Dutra, localizado a Oeste da área urbana da cidade, para aferir se a medida adotada teria reduzido a incidência da infecção na população canina local. No mês de junho de 2018 (tempo T1), os cães do bairro foram testados pelos métodos sorológicos empregados pelo serviço oficial de saúde do município. No mês de maio do ano seguinte, em 2019 (tempo T2), novo inquérito censitário sorológico foi realizado quando se determinou a taxa de incidência da LV no período. Entre T1 e T2, o bairro esteve sob vigência do PVCLV. Os animais soropositivos em T2 foram encoleirados com CID e, decorridos 17 meses, em outubro de 2021 (T3), um terceiro inquérito foi realizado, quando nova taxa de incidência para o período foi calculada. Entre os tempos T2 e T3, os animais soropositivos e que foram encoleirados em T2 foram revisitados para a reposição das coleiras, em decorrência da expiração de sua validade. Entre T2 e T3, os cães soropositivos não foram eutanasiados compulsoriamente, mas os tutores foram orientados sobre os riscos da doença e instruídos para que recorressem aos serviços do CCZ assim que entendessem que seus animais devessem ser eutanasiados. As taxas de incidências da sororreatividade entre os tempos T1 e T2 e os tempos T2 e T3 foram comparadas entre si, com vistas a estimar o risco relativo da medida de controle convencional em relação à medida de controle alternativa. As taxas de incidência corresponderam à razão entre o número de novos animais sororreagentes entre um tempo e outro e a somatória do tempo de participação de cada animal em cada período. Os resultados mostraram que o risco para reatividade sorológica para LV durante o primeiro período de estudo foi 1,5 vezes superior ao risco durante o período posterior, indicando que o encoleiramento estratégico dos cães soropositivos, mesmo sem a eutanásia compulsória, pode ser uma medida efetiva para o controle da LV em áreas endêmicas.