Certificações ambientais em organizações de pequeno porte da construção civil paulista: um estudo sob a perspectiva da Nova Economia Institucional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Andrade, Caio Mega de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100136/tde-18052020-180028/
Resumo: As certificações ambientais estabelecem parâmetros e diretrizes adotadas de forma voluntária nos processos produtivos. Do ponto de vista da Nova Economia Institucional (NEI) as certificações são entendidas como instituições que balizam a forma como o mercado é estruturado, constrangendo a ação e os relacionamentos dos agentes econômicos, reduzindo assim a incerteza nas transações. A incerteza existe por conta da assimetria ou incompletude de informação e racionalidade limitada dos agentes, e faz com que custos de transação sejam incorporados para se obter informação adicional. A NEI categoriza as arranjos organizacionais para as trocas econômicas entre os agentes como: mercados, híbridos ou hierarquias. Neste contexto, a especificidade do ativo, incerteza e frequência de transação definem qual arranjo organizacional é o mais adequado. As certificações têm o papel de reduzir as assimetrias de informação e desta maneira reduzir as incertezas que limitam o arranjo organizacional de contratação via mercados O presente trabalho utiliza triangulação metodológica (análise documental, observação participante e entrevistas semiestruturadas) para captar e analisar os discursos, opiniões e posicionamentos dos agentes econômicos. Essa abordagem busca compreender como as certificações ambientais atuam na coordenação das transações (arranjos organizacionais) de pequenas organizações da construção civil, levando em consideração as questões ambientais e custos transacionais. Os resultados encontrados foram que as certificações no estágio atual não afetaram os arranjos do setor de forma significativa, porém adicionaram exigências que aumentam ainda mais a necessidade de controle dos contratos. Por isso, no curto prazo, as organizações de pequeno porte, na impossibilidade de internalizar e hierarquizar, devido sua restrição financeira e de escala, fortalecem os acordos híbridos para aumentar o controle e diminuir os riscos. Porém, em longo prazo, com o amadurecimento das certificações, tem-se a expectativa que os ativos se tornem menos específicos, o que reduziria a dependência bilateral entre as partes. Desta forma, os contratos relacionais precisariam de menos controles e poderiam migrar para uma abordagem mais próxima do mercado. Na visão dos agentes entrevistados a certificação é efetiva no equacionamento das questões ambientais, porém mediante um aumento de custo de transação. Portanto conclui-se que as certificações contribuem para resolução das questões ambientais no setor, porém, no atual estágio, elevam a especificidade de ativo e não são capazes de reduzir a incerteza de forma significativa (pois acarretam em custos de transação) e permitir avanços nos modelos quase-integração de subcontratação característicos do setor