Falar, falar!!! E escutar?: uma aproximação ao trabalho com a \'compreensão auditiva\' nas práticas de ensino/aprendizagem de língua estrangeira com foco no espanhol no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Cabral, Glauce Gomes de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-09122014-191302/
Resumo: Este trabalho pretende contribuir para o estudo da compreensão auditiva (CA) da língua espanhola por aprendizes brasileiros em processos de ensino/aprendizagem que definimos como fazendo parte das condições de produção de um processo de inscrição por parte de um sujeito na ordem da língua outra (SERRRANI-INFANTE, 1997b;1998b). Partimos da hipótese de que essa dimensão tem sido pouco explorada em suas especificidades e, menos ainda, em sua relação com a série de singularidades que caracterizam o aprendiz brasileiro. Para tanto, iniciamos nosso percurso investigando o lugar dado a ela nos métodos e abordagens de ensino de línguas, desde práticas utilizadas no século XVII até os dias atuais, o que nos leva inclusive a abordar o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (2001) e os efeitos de sentido que ele tem produzido no espaço de enunciação (GUIMARÃES, 2002) brasileiro. Em seguida passamos, por um lado, a observar como foram retomados os sentidos instaurados pelos já referidos métodos e abordagens, ao colocá-los em relação, fundamentalmente, com alguns dos documentos oficiais que regem o ensino nesse país; e, por outro, ao entrar em contato com os estudos desenvolvidos no campo da linguagem no Brasil em torno de aspectos relacionados a nosso objeto com o intuito de avançar na compreensão de sua complexidade. Posteriormente, passamos a analisar o funcionamento do trabalho com a CA em dois livros didáticos entendidos estes como instrumentos linguísticos (AUROUX, 1992) e, por último, em duas atividades e/ou experiências efetivamente realizadas em sala de aula, que designaremos cenas e que se caracterizam por não estarem mediadas diretamente por um livro didático. Esse estudo, que realizamos a partir, fundamentalmente, do dispositivo teórico da Análise do Discurso de linha materialista, nos permite observar que tanto nos métodos e abordagens como nos livros didáticos bem como no terreno real das práticas de ensino/aprendizagem predomina um trabalho espontâneo com a CA, uma diluição dela em outras habilidades ou competências e, por vezes, uma forte subordinação à compreensão leitora. Nesse sentido, nosso investimento vai na direção de pensar essa designação como insuficiente e de responder à necessidade de vinculá-la à dimensão da oralidade, como trabalho de interpretação da materialidade do oral o que implica considerar aspectos discursivos