Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Eboli, Lígia Patrícia de Carvalho Batista |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-17082021-111736/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Doença linfoproliferativa pós-transplante (PTLD) é uma condição clínica de alta mortalidade que pode estar relacionada a proliferação do vírus Epstein-Barr (EBV) em pacientes submetidos à imunossupressão crônica. A monitoração da replicação viral através da técnica de PCR pode ser uma ferramenta útil para evitar o desenvolvimento de PTLD, uma vez que permite redução ou retirada da imunossupressão precocemente. PCR quantitativo para EBV é solicitado para todos os pacientes pediátricos submetidos a transplante de fígado no Instituto da Criança - FMUSP desde o ano de 2006. OBJETIVOS: Avaliar os pacientes pediátricos submetidos a transplante hepático entre 1989 e 2016, caracterizando aqueles transplantados antes e após o ano de 2006 quanto ao desenvolvimento de doença linfoproliferativa bem como analisar o impacto da redução dos imunossupressores ou troca de medicamento na carga viral. Também foram avaliados fatores de risco para PTLD. MATERIAL E MÉTODOS: Análise retrospectiva de 428 pacientes pediátricos submetidos a transplante hepático entre 1989 e 2018 no Instituto da Criança - FMUSP. Os pacientes foram divididos em 2 grupos (transplantados antes ou após 2006) e caracterizados quanto a peso, idade ao transplante, gênero, tipo de doador, imunossupressor utilizado e desenvolvimento de doença linfoproliferativa. Pacientes com aferição contínua de PCR para EBV foram avaliados quanto o impacto de determinada conduta (redução da imunossupressão ou troca de imunossupressor) sobre o número de cópias viral. Modelo de regressão logística foi aplicado para avaliar fatores relacionados a PTLD. RESULTADOS: A prevalência de PTLD foi de 4,2%. Sorologia para CMV apresentou associação estatística com doença linfoproliferativa. Após início de monitoramento dos pacientes com dosagem de PCR para EBV (depois do ano 2006), observou-se um predomínio da forma mais grave, monomórfica da doença linfoproliferativa (p=0,009). A taxa de óbito pela doença foi de 5% (1 paciente). Um total de 240 crianças foram submetidas a 1778 aferições de PCR quantitativo para EBV (média de 7 PCRs por criança). Os valores de PCR medidos para cada criança foram avaliados antes e depois da redução do tacrolimus ou da ciclosporina ou da troca do tacrolimus por sirolimus. Houve mudança no nível de PCR após a redução do tacrolimus (p=0,002), assim como na troca do tacrolimus por sirolimus (p=0,008). Não houve significância estatística na redução da dose de ciclosporina (p=0,441). Observou-se que o número de cópias de EBV era significativamente maior (p=0,029) nos pacientes que desenvolveram PTLD. A sorologia positiva para CMV na ocasião do transplante apresentou associação com diminuição do risco para doença linfoproliferativa na análise univariada (OR não ajustado). Quando colocadas as variáveis no modelo de regressão múltipla, a soropositividade para CMV continuou a ser um fator de proteção independente para doença linfoproliferativa (OR= 0,24; IC95% 0,06-0,92), isto é, reduz em 76% a chance de ter PTLD ajustada pela sorologia para EBV. CONCLUSÃO: A monitoração da carga viral por PCR possibilita intervenção precoce o que parece impedir o surgimento das formas mais brandas de doença linfoproliferativa. Soropositividade para citomegalovírus pré-transplante constitui fator protetor para PTLD |