Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Mantoani, Leonardo Ricieri |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-21062023-070603/
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Resumo: |
A Psicogenética de Henri Wallon é uma teoria que amplia e reconstrói a compreensão sobre o desenvolvimento humano, ao investigá-lo de maneira concreta, completa e contextualizada nos domínios cognitivos, afetivos e motores por meio do Materialismo Histórico-Dialético. Alguns trabalhos de Wallon chegaram ao Brasil antes da Segunda Guerra Mundial, porém a difusão da teoria iniciou, de fato, a partir da década de 1970, com a tradução de artigos científicos e livros do autor. Nas décadas seguintes, formaram-se os primeiros grupos de estudos e realizaram-se os primeiros seminários e pesquisas. No entanto, levantamentos bibliográficos mostram que a teoria possui restrita difusão no país, havendo poucos estudos e publicações que utilizam a abordagem como principal ou único referencial teórico. A pesquisa parte do pressuposto de que conhecer o que pensam pesquisadores/as wallonianos/as sobre esse cenário pode contribuir para elucidar os determinantes envolvidos na sua produção. Assim, teve o objetivo geral de compreender as múltiplas determinações que promovem ou prejudicam a difusão da Psicogenética Walloniana no contexto científico brasileiro, a partir dos significados sobre esse processo atribuídos por pesquisadores/as identificados/as com tal perspectiva teórica. A construção do material empírico ocorreu por meio de entrevistas com 12 pesquisadores/as que se fundamentam na abordagem walloniana há, no mínimo, cinco anos. A abordagem da pesquisa foi qualitativa e teve como referencial teórico-metodológico a Psicologia Histórico-Cultural vigotskiana. O material foi analisado de forma a sistematizar categorias que representam os determinantes que promovem ou prejudicam a difusão, além de construir um diagrama sócio-histórico que aponta os/as principais pesquisadores/as, universidades e grupos de estudos envolvidos/as nesse processo, assim como as relações entre eles/as. Os resultados indicam que há quatro determinantes principais que promovem a difusão da teoria de Wallon no país: (1) potência dialógica e investigativa da teoria para a prática de pesquisa; (2) embasamento teórico-metodológico para a prática pedagógica; (3) conexão com outros/as pesquisadores/as; e (4) identificação com a vida e a obra de Wallon. Em contrapartida, seis aparecem como aqueles que prejudicam a difusão, agindo como um círculo vicioso: (1) inexistência de rede estruturada de pesquisadores/as; (2) ausência na formação inicial e continuada; (3) jogo da incidência teórica nas políticas educacionais e para a infância; (4) a natureza complexa e datada da teoria; (5) a visão hegemônica racionalista na Psicologia e na Educação; (6) a geopolítica do conhecimento e o domínio da língua inglesa. Os/as participantes significam como determinantes com maior presença e força aqueles que prejudicam a difusão, resultando em um cenário de baixa divulgação no Brasil atualmente. Sobrevivendo a essa condição, encontram, na Psicogenética Walloniana, um embasamento teórico necessário e potente para orientar suas atuações enquanto pesquisadores/as e também para as práticas psicológicas e pedagógicas que consideram o desenvolvimento integral e contextualizado dos sujeitos. Os resultados indicam ainda a necessidade de ocupação de espaços acadêmicos para que a teoria possa se manter, de alguma forma, atual, renovada e sensível às condições contemporâneas de desenvolvimento humano e de produção do conhecimento. |