Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Bastos, André da Cunha |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-15052013-094143/
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Resumo: |
O Brasil é país com a maior produção anual de cana-de-açúcar e processou aproximadamente 570 milhões de toneladas na safra 2011/2012. As unidades de processamento utilizam uma variedade de estratégias para a obtenção de seu insumo principal e isto tem sido tema de políticas públicas desde as primeiras décadas do século XX. Na década de 1990, o governo federal cancelou o sistema de cotas que era usado para regular um nível mínimo obrigatório de obtenção de cana-de-açúcar por meio de estratégias verticalmente não integradas. Desde então, os agricultores e as unidades de processamento negociam o preço da cana-deaçúcar em contratos privados e freqüentemente se utiliza o contrato-padrão denominado Consecana. Utilizando dados de estatísticas cadastrais de associações regionais de fornecedores e da parcela do insumo adquirida de fornecedores por uma amostra de usinas e destilarias, esta dissertação procura fornecer um panorama atual do perfil da produção e da desigualdade entre os fornecedores de cana-de-açúcar, atualizar estatísticas históricas e apresentar dados regionais sobre a integração vertical na obtenção de cana-de-açúcar pela indústria processadora. Os resultados amparam as estimativas citadas na literatura de que aproximadamente 65% da cana-de-açúcar atualmente processada no Brasil têm origem em estruturas de governança verticalmente integradas. Houve aumento da participação dos fornecedores no total de cana-de-açúcar processada nas regiões tradicionais, associado ao aumento da desigualdade na última década, com a produção tendo se concentrado nos fornecedores que possuem maior área plantada. Os índices de integração vertical são mais elevados nos estados da região Centro-oeste e em Minas Gerais, onde a cultura da cana-de-açúcar mais se expandiu nos últimos anos. Nos estados da região Nordeste, os índices de integração vertical também são elevados e se verificou estabilidade deste indicador nas últimas safras. A introdução recente do Sistema Consecana na determinação do preço da cana-de-açúcar introduziu garantias contratuais para que os fornecedores de cana-de-açúcar se mantivessem em atividade nas regiões tradicionais. No entanto, a integração vertical para a obtenção de insumos segue como estratégia preferencial nas unidades de processamento mais novas, principalmente em função da incerteza quanto à existência de uma rede de fornecedores. Quanto ao incentivo para a integração vertical gerado pelos diferenciais entre os custos de produção e o preço pago pela cana-de-açúcar, se verificou que nas regiões mais tradicionais do centro-sul o preço deste insumo se encontra abaixo do custo de produção agrícola total (incluindo a remuneração do fator terra e a depreciação dos equipamentos), o que tem reforçado a demanda pela produção dos fornecedores. Nas regiões de expansão no centrosul, o preço da cana-de-açúcar encontra-se acima dos custos de produção, o que ajuda a explicar os níveis mais elevados de integração vertical observados nas usinas e destilarias desta região. |