Ciclagem de fósforo pela braquiária consorciada com o cafeeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Baptistella, João Leonardo Corte
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-05052020-145936/
Resumo: O cultivo de café no Brasil ocorre, em sua maioria, a pleno sol com o solo descoberto, o que favorece o aparecimento de estresses ao cafeeiro, principalmente por altas temperaturas no solo e falta de água. Um jeito de se amenizar esses efeitos negativos é a adoção do consórcio café-braquiária. O consórcio promove vários benefícios, dentre eles a solubilização e ciclagem de nutrientes como o fósforo (P). Nesse sistema, a braquiária, que cresce na entrelinha do cafezal, é roçada e seus resíduos depositados sob a saia do cafeeiro. Por possuir um sistema radicular que explora grande volume de solo, a braquiária seria capaz de absorver nutrientes fora da zona de alcance do cafeeiro, disponibilizando-os após decomposição ao mesmo e aumentando a ciclagem de nutrientes. Embora importante, do ponto de vista de uso eficiente de recursos, existe pouca informação na literatura sobre a ciclagem de P nesse sistema de produção. O objetivo desse trabalho foi estudar a ciclagem de P pela braquiária consorciada com o cafeeiro e comparar espécies da forrageira quanto a aquisição e uso do P. Para isso realizou-se três experimentos: (I) campo, (II) rizotron e (III) hidroponia. No experimento I, forneceu-se P em três profundidades de solo (30, 60 e 90 cm) sob braquiária decumbens (Urochloa decumbens) cultivada na entrelinha de um cafezal; analogamente, no exp. II forneceu-se P ao longo do perfil de solo (até 2 m) de rizotrons cultivados com braquiária decumbens. Em ambos os casos o objetivo era verificar a capacidade da braquiária para ciclagem de P em profundidade, por isso a biomassa de raiz e parte aérea, o fracionamento do P no perfil e o acúmulo de nutrientes na parte aérea de braquiária foram avaliados. O exp. III, consistiu no cultivo de 3 espécies de braquiária - decumbens, brizanta (Urochloa brizantha) e ruziziensis (Urochloa ruziziensis) - em solução nutritiva sob 4 níveis de disponibilidade de P - 0.2, 0.5, 1 e 2 µM.L-1. Nesse caso, o objetivo era avaliar as diferenças entre espécies na aquisição de P, avaliando a produção de biomassa, atividade de fosfatase ácida e exsudação de ácidos orgânicos pelas raízes. Considerando os resultados dos três experimentos em conjunto, a magnitude da ciclagem de P depende da produção de biomassa de parte aérea correlaciona positivamente (r > 0.9) com a disponibilidade do elemento até 80 cm de profundidade. Embora ela seja eficiente em utilizar e absorver o P, não foram verificados efeitos de mobilização das frações mais recalcitrantes do P do solo a campo ou no rizotron, possivelmente pelo limitado tempo de avaliação. Os resultados da hidroponia sugerem que existem diferenças entre espécies de braquiária quanto a eficiência de uso do P e crescimento, com melhor desempenho geral da braquiária ruziziensis. Portanto, dependendo da fertilidade e manejo do sistema, a espécie de braquiária mais adequada pode ser diferente.